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Milhares de gregos protestam na periferia de Atenas contra neonazistas

Convocada pelos sindicatos de trabalhadores, a passeata reuniu cerca de 4 mil pessoas, que desfilaram atrás de um cartaz "Bloqueio ao fascismo"

Agência France-Presse
postado em 19/09/2013 16:05

Polícia acompanha homem, acusado de matar um rapper de 34 anos. Pavlos Fissas, 35 anos, que atendia pelo nome artístico Killah P, foi esfaqueado duas vezes no coração e no peito

Atenas - Milhares de pessoas saíram às ruas contra os neonazistas nesta quinta-feira (19/9) à noite na periferia de Atenas, perto do bairro de Keratsini, onde um músico antifascista foi morto por um suposto membro do partido neonazista Aurora Dourada.

Convocada pelos sindicatos de trabalhadores, a passeata reuniu cerca de 4 mil pessoas, que desfilaram atrás de um cartaz "Bloqueio ao fascismo", e aconteceu na presença de policiais.

"Fora fascistas", "Os trabalhadores não têm medo de ameaças", "Erga-se, não baixe a cabeça, a resistência é o único caminho possível", eram as frases pronunciadas pelos líderes sindicais e repetidas pela multidão.

O assassinato do rapper e militante antifascista Pavlos Fyssas, de 34 anos, que foi esfaqueado na madrugada de quarta-feira por um caminhoneiro de 45 anos, provocou muitos protestos em Atenas e em outras cidades do país. O assassino teria confessado à polícia a suposta filiação ao Aurora Dourada.

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As manchetes dos jornais expressam a consternação provocada no país pelo assassinato do jovem, que foi sepultado nesta quinta-feira em Keratsini, local do homicídio e cenário dos distúrbios mais violentos na quarta-feira.

Dezenas de manifestantes vestidos de preto, alguns segurando picaretas, seguiram atrás do cortejo acompanhados por policiais com máscaras de gás. Organizações internacionais alertaram para o aumento da violência neonazista e defenderam uma ação do governo.

As autoridades gregas foram acusadas várias vezes - dentro e fora do país - de tolerância com o Aurora Dourada, um partido xenófobo e antissemita que, depois de entrar no Parlamento em junho do ano passado, foi responsabilizado por ataques a dirigentes políticos e imigrantes.

Beneficiado por uma impunidade quase total, o Aurora Dourada vem consolidando sua ascensão. Nas eleições legislativas de 2012, o partido recebeu 7% dos votos. Manifestações para protestar contra o assassinato também estão previstas para acontecer em várias capitais europeias.

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