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Ao menos 56 soldados e policiais são mortos em ataques da Al-Qaeda no Iêmen

Os ataques foram cometidos na província de Chabwa. A ação mais violenta foi executada por um carro-bomba, que matou 38 militares responsáveis pela segurança dos campos de petróleo da região

Agência France-Presse
postado em 20/09/2013 08:13
Sana - Ao menos 56 militares morreram nesta sexta-feira (20/9) em três ataques simultâneos, dois deles com carro-bomba, cometidos no sul do Iêmen, onde as autoridades combatem a Al-Qaeda, a quem atribuíram estes atentados. Segundo fontes militares e autoridades locais, os três ataques, cometidos ao amanhecer na província de Chabwa, feudo da Al-Qaeda, também deixaram vários feridos entre as forças governamentais e oito criminosos mortos.

Corpos de soldados mortos são embrulhados por cobertores depois que homens armados abriram fogo contra o quartel-general militar em Mayfaa, província do Sul do Iêmen
Este é o balanço de vítimas mais elevado desde o ataque suicida que no dia 21 de maio custou a vida de 100 soldados que organizavam em Sanaa um desfile militar para o aniversário da unificação do Iêmen. A Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) reivindicou este atentado. O ataque mais sangrento desta sexta-feira (20/9) ocorreu pela explosão de um carro-bomba perto de Ataq, em um acampamento do exército, que matou 38 militares encarregados da segurança dos campos petroleiros da região, informaram as mesmas fontes.

"Aconteceu um confronto entre os militares e os criminosos na entrada do acampamento e depois um carro-bomba invadiu o local e explodiu, matando 38 soldados", declarou à AFP uma fonte do governo de Ataq, capital da província de Chabwa. Fontes militares confirmaram o balanço.



Simultaneamente a este ataque, "um terrorista a bordo de um carro-bomba detonou os explosivos antes de chegar ao seu alvo, um posto do exército" em Al-Nusheiba, um pouco mais distante, afirmou à AFP uma fonte militar, que indicou que 10 soldados morreram na explosão.

Militares capturados


Os criminosos capturaram militares depois deste ataque em Al-Nusheiba, informaram testemunhas ouvidas pela AFP, que não puderam informar o número exato. A cerca de 15 km de distância de Al-Nusheiba, em Maifaa, supostos membros da Al-Qaeda armados atacaram um acampamento das unidades especiais das forças de segurança e mataram oito policiais, afirmaram fontes militares.

O número de vítimas pode aumentar, já que os ataques deixaram vários feridos, segundo as mesmas fontes. O ministério da Defesa iemenita informou que um quarto ataque foi frustrado. O exército "interceptou um veículo carregado de explosivos que se dirigia ao acampamento das forças de segurança em Ain Ba;maabad e ao terminal de gás de Belhaf, abrindo fogo contra o veículo, que explodiu, matando o terrorista que o conduzia", disse o ministério em seu site.

Fontes militares atribuem estes ataques à rede Al-Qaeda, muito ativa no sul e no leste do Iêmen, embora até o momento não tenham sido reivindicados. Os atentados desta sexta-feira ocorrem após a morte no dia 30 de agosto de um chefe militar da AQPA, QaIed al-Dhahab, em um bombardeio de um drone na província de Bayda (centro), 170 km a sudeste de Sanaa. A AQPA confirmou sua morte em meados de setembro e prometeu "mais ódio e mais rancor" em relação aos Estados Unidos e seus aliados.

Este bombardeio foi o 10; ataque de um drone no Iêmen desde 28 de julho e elevou a mais de 40 os mortos nestas incursões. Os Estados Unidos estariam por trás destes ataques, já que são os únicos que dispõem de drones na região e que ajudam as autoridades iemenitas em sua luta contra a rede extremista. A AQPA é considerada o braço mais perigoso da rede fundada por Osama Bin Laden, um saudita cuja família é originária do Iêmen. A Al-Qaeda aproveitou a fragilidade do poder central durante a insurreição popular contra o ex-presidente Ali Abdullah Saleh em 2011 para se reforçar no leste e no sul do Iêmen, o país mais pobre da Península Arábica.

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