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Alemanha começa a votar em eleição que deve dar a Merkel o terceiro mandato

Resultados podem obrigá-la a governar com seus adversários sociais-democratas

Agência France-Presse
postado em 22/09/2013 09:13
Chanceler Angela Merkel vota na eleição alemã que pode lhe dar o terceiro mandato
Berlim -
Os alemães começaram a votar na manhã deste domingo (22/9) em eleições legislativas que devem manter Angela Merkel à frente do governo da Alemanha, mas cujos resultados podem obrigá-la a governar com seus adversários sociais-democratas.

Os colégios eleitorais abriram às 06h00 GMT (03h00 de Brasília) em todo o país e fecharão às 16h00 GMT (13h00 de Brasília). As primeiras estimativas começarão a ser divulgadas em seguida.

"Foram raras as vezes na história da República Federal da Alemanha que o resultado das eleições legislativas esteve tão aberto quanto desta vez", publicou no sábado o jornal de Munique Süddeutsche Zeitung.

"Tudo depende de seu voto", afirmava neste domingo o berlinês Tagesspiegel.



As últimas pesquisas confirmaram que a chanceler conservadora, a pessoa preferida dos alemães, especialmente por sua gestão da crise do euro, deve obter a confiança dos cidadãos para um terceiro mandato de quatro anos à frente da primeira economia europeia, após uma campanha que esteve completamente centrada em sua pessoa.

Angela Merkel, de 59 anos, é a mulher mais poderosa do mundo, título concedido a ela pela revista Forbes em sete ocasiões. Nenhum de seus colegas em Espanha, França, Itália ou Reino Unido conseguiu ser reeleito desde o início da crise financeira.

No entanto, os quase 62 milhões de alemães convocados às urnas podem castigar o governo em fim de mandato com uma derrota do FDP, os aliados liberais de Merkel, o que impediria a manutenção da atual coalizão.

Os anti-euro no Parlamento?
A chanceler pode, então, ser obrigada a governar junto ao Partido Social-Democrata (SPD) de seu rival Peer Steinbruck, como já ocorreu durante seu primeiro mandato (2005-2009).

Alguns analistas contemplam uma entrada no Parlamento do novo partido anti-euro, "Alternativa para a Alemanha" (AFP), o que enviaria um sinal preocupante da ascensão do populismo em um país exasperado pelos planos de resgate aos países do sul da Europa.

A última pesquisa do Instituto Emnid, publicada neste domingo no semanário Bild am Sonntag, concede aos conservadores de Merkel (CDU e o partido bávaro CSU) 39% dos votos e ao partido liberal FDP 6%, ou seja, 45% no total, que não garantiriam a maioria.

A oposição social-democrata do SPD, com 26%, e seus tradicionais aliados, os Verdes, com 9%, não têm praticamente nenhuma chance de formar uma coalizão.

Os dois grupos não aceitam se aliar com a esquerda radical Die Linke, que também conseguiria 9%.

Por sua vez, com apenas 4%, o partido anti-euro não superaria o mínimo necessário de 5% para estar representado no Bundestag (Parlamento federal). Mas a pesquisa não exclui uma porcentagem superior.

À frente do país mais populoso da Europa, Merkel, carinhosamente chamada de "Mutti" (mamãe) em seu partido, fez uma campanha baseada em sua popularidade pessoal.

"Vocês sabem quem eu sou! Vocês me conhecem, juntos conseguimos fazer com que em 2013 um grande número de pessoas esteja melhor que em 2009", ressaltou, ressaltando a queda do desemprego na Alemanha a apenas 6,8% da população economicamente ativa.

Seu principal adversário, Peer Steinbruck, atacou seu balanço na questão social. A Alemanha é um dos países da Europa com os salários mais baixos.

Este economista de 66 anos será lembrado, sobretudo, por um foto, capa de uma revista, na qual fazia um gesto obsceno com o dedo.

Este gesto foi feito após uma série de gafes e polêmicas que impediram que este ex-ministro das Finanças de Merkel entre os anos 2005 e 2009 defendesse o programa de seu partido, considerado o mais à esquerda há muito tempo.

Steinbruck se comprometeu a instaurar um salário mínimo generalizado de 8,50 euros a hora a partir de fevereiro de 2014.

"Está nas suas mãos! Por favor, votem! Somos o partido que quer preencher as carências" sociais, afirmou Steinbruck no sábado em seu último comício, em Frankfurt.

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