Peshawar - Ao menos 78 pessoas morreram e 100 ficaram feridas neste domingo (22/9) em um duplo atentado suicida em frente a uma igreja na saída da missa em Peshawar, em um dos ataques mais sangrentos contra cristãos no Paquistão. O ataque, que ainda não foi reivindicado, ocorreu ao meio-dia local em frente à Igreja de Todos os Santos de Peshawar, a principal cidade do nordeste, uma região atingida frequentemente por atentados atribuídos em grande parte aos rebeldes islamitas talibãs.
Segundo o ministro do Interior, Chaudhry Nisar Ali Khan, a ação deixou 78 mortos e 100 feridos, sendo onze em estado crítico. "Entre os mortos há 34 mulheres e sete crianças", disse Khan à imprensa em Peshawar, acrescentando que o governo decretou três dias de luto. Trata-se de um dos ataques mais mortíferos cometidos contra cristãos no Paquistão, comunidade que representa 2% da população deste país de 180 milhões de habitantes, em sua maioria muçulmanos.
O Papa Francisco condenou o ataque afirmando que "hoje no Paquistão, por uma opção equivocada de ódio e guerra, foi cometido um atentado (...) mas esse não é o caminho, é preciso encontrar o caminho para construir a paz e um mundo melhor". A ação, que ainda não foi reivindicada, ocorreu ao meio-dia local em frente à Igreja de Todos os Santos de Peshawar, a principal cidade do nordeste, uma região atingida frequentemente por atentados atribuídos em grande parte aos rebeldes islamitas talibãs. O funcionário da administração da cidade Sahibzada Annes disse à imprensa que as bombas explodiram logo após o fim da missa. "A maioria dos feridos está em situação crítica", acrescentou o funcionário.
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Os dois terroristas suicidas acionaram seus cinturões de explosivos quando os fiéis saíam da missa. O noroeste é uma região onde imperam muitos grupos rebeldes islâmicos, entre eles o Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), autores de inúmeros atentados que já deixaram mais de 6.000 mortos desde 2007. As autoridades sabiam que esta igreja poderia ser atacada e mobilizaram forças de segurança ao seu redor, acrescentou Anees. "Estamos em um local que é alvo potencial para os terroristas; foram tomadas medidas especiais para proteger estas igreja. Ainda estamos na fase de socorros, mas quando terminar investigaremos para saber o que falhou", disse.
Nazir Khan, professora de 50 anos, disse que a missa havia terminado e que 400 fiéis estavam saindo da igreja quando ocorreu uma primeira explosão. "Uma enorme explosão me lançou no chão e assim que recuperei meu sentidos uma segunda bomba explodiu", disse Khan à AFP. Imagens de televisão mostravam ambulâncias transferindo os feridos a hospitais locais. Familiares das vítimas se aglomeravam em frente à igreja. Alguns gritavam frases hostis à polícia, considerada incapaz de deter as ameaças.
O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, condenou firmemente este atentado. "Os terroristas não têm religião. Atacar inocentes é contrário aos preceitos do islã e de todas as outras religiões. Estes atos terroristas mostram o estado de ânimo brutal e desumano dos terroristas", disse em um comunicado. O governo de Sharif propôs recentemente negociações de paz com os talibãs do TTP para colocar fim à violência.
A violência entre fanáticos religiosos aumentou nos últimos anos no Paquistão, com uma série de atentados suicidas contra a minoria muçulmana xiita (20% da população) reivindicados pelo grupo armado sectário Lashkar-e-Jhangvi, próximo ao TTP e à Al-Qaeda. Mas até agora os cristãos não haviam sido atacados desta forma sangrenta.