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Papa Francisco defende adoção de instrumentos para proteger imigrantes

Segundo o pontífice, cabe aos meios de comunicação "desmascarar estereótipos e fornecer informações corretas quando relatar o erro de alguns (imigrantes), mas também ao descrever a honestidade, retidão e magnanimidade da maioria"

Agência France-Presse
postado em 24/09/2013 12:27
Cidade do Vaticano - O papa Francisco fez um apelo aos governos para que adotem "instrumentos normativos" para proteger os imigrantes que "não são os peões da humanidade", anunciou o Vaticano. Em sua primeira mensagem em vista do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado (19 de janeiro), Francisco considerou que os meios de comunicação têm "uma grande responsabilidade" nesta era de rápida globalização.

[SAIBAMAIS]Cabe a esses meios "desmascarar estereótipos e fornecer informações corretas quando relatar o erro de alguns (os imigrantes), mas também ao descrever a honestidade, retidão e magnanimidade da maioria", declarou em sua mensagem apresentada nesta terça-feira à imprensa. Ele lembrou que o imigrante é habitado pela "confiança e esperança", e que deseja como todos os homens e mulheres "mais, não somente saber mais ou ter mais, mas ser mais". Neste contexto, todos os aspectos da pessoa, "incluindo a dimensão espiritual", devem ser promovidos e protegidos.



A realidade da imigração requer "uma cooperação internacional" com "a adoção, por todos, de instrumentos normativos que protejam e promovam a pessoa humana". Em vez de criar "barreiras intransponíveis", os governos devem buscar uma "boa sinergia para enfrentar os desequilíbrios sócio-econômicos e a globalização sem regras". "Nenhum país pode enfrentar sozinho as dificuldades associadas a este fenômeno", advertiu o pontífice. O papa denunciou ainda "as situações em que a imigração não só é forçada, mas também realizada através de várias formas de tráfico de seres humanos e escravidão. O trabalho escravo é comum hoje em dia", acusou.

Jorge Mario Bergoglio reiterou assim as denúncias que já havia feito em sua viagem à ilha italiana de Lampedusa, e em uma visita a um centro de imigrantes administrado por jesuítas no centro de Roma. A atitude de "defesa e medo, de abandono e marginalização" dos imigrantes é uma forma de "cultura do desperdício", uma fórmula constantemente utilizada por Francisco para denunciar todas as recusas e a exclusão dos seres vivos.

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