Agência France-Presse
postado em 24/09/2013 13:50
Paris - A África, de leste a oeste, enfrenta uma diversidade de grupos e organizações islamitas armadas, muitas vezes ligadas entre si e extremistas, à imagem dos shebab somalis que reivindicaram o ataque a um shopping no Quênia.África do Leste - Os Shebab
Na Somália, mergulhada no caos e na guerra civil desde a derrubada de Siad Barre, em 1991, os shebab - "juventude" em árabe - surgiu a partir de um movimento rebelde contra as tropas etíopes que entraram na Somália em 2006 com o apoio dos Estados Unidos para derrubar a União das Tribos Islâmicas, que controlava Mogadíscio.
[SAIBAMAIS]Ligados à Al-Qaeda, os shebabs foram forçados a abandonar todos os seus redutos na região central e do sul, depois de serem expulsos de Mogadíscio em 2011 pela Força da União Africana (Amisom) liderada pelas tropas do governo somali. Mas ainda controlam vastas áreas rurais e conseguiram recentemente realizar grandes operações suicidas na capital.
Os shebabs, que justificaram o ataque de sábado em Nairóbi como uma retaliação à intervenção militar queniana lançada no final de 2011 no sul da Somália, já realizaram vários ataques contra as regiões do norte do Quênia, na fronteira com a Somália. Eles também reivindicaram um duplo ataque na capital do Uganda, em julho de 2010 (76 mortes), para vingar a participação de tropas de Uganda na Amisom.
Nigéria- Boko Haram e Ansaru
Na Nigéria, o país mais populoso da África, com mais de 160 milhões de habitantes, o Boko Haram lidera uma insurgência sangrenta no nordeste. Ele também realizou ataques na capital, incluindo contra a sede da ONU. Ansaru -acusado de ter ligações com o braço norte-africano da Al-Qaeda- é considerado uma facção do Boko Haram. Os ataques do Boko Haram e sua repressão, muitas vezes brutal, deixaram pelo menos 3.600 mortos desde 2009 (Human Rights Watch).
Sahel Aqmi, Mujão, Ansar Dine
O Mujao, Aqmi e Ansar Dine, que ocuparam o norte do Mali durante vários meses em 2012, foram expulsos das grandes cidades desta região por uma intervenção, iniciada em janeiro de 2013, do exército francês aliado a outros exércitos africanos. Mas eles encontraram refúgio em outros países do Sahel, principalmente na Líbia. Dez reféns europeus, incluindo sete franceses, continuam em sua mãos.
Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI)
Derivado do ex-Grupo Salafista para a Pregação e o Combate (GSPC), a AQMI prometeu lealdade à Al-Qaeda desde 2007 e mantém bases no norte do Mali, onde cometeu sequestros e ataques a ocidentais no Sahel. Um de seus líderes, o argelino Abdelhamid Abou Zeid, foi morto em combate no norte do Mali. Tunis acusou recentemente o principal movimento salafista jihadista do país, o Ansar Ashariaa, de estar vinculado a AQMI.
Ansar Dine (Defensores do Islã)
Liderado por Iyad Ag Ghaly, ex-militar e ex-líder das rebeliões tuaregues dos anos 1990 no Mali, Ansar Dine apareceu em 2012 e faz parte dos grupos ligados à AQMI que ocuparam o norte do Mali. O Movimento para a Unidade e a Jihad na África do Oeste (MUJAO).
O Mujao nasceu no final de 2011 de uma cisão com a AQMI e se tornou em 2012 um dos senhores do norte do Mali. Ficou conhecido pelos sequestros e reivindicou ataques no Mali e na Argélia. Em agosto de 2013, o MUJAO e os "Mulethemuns" --grupo liderado por Mokhtar Belmokhtar e derivado da AQMI-- anunciaram, em um comunicado à agência mauritana ANI, sua fusão em um único movimento, os Murabituns.