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Manifestação antifascista tem confrontos na capital Atenas

A manifestação foi convocada por partidos de esquerda, sindicatos e associações antifascistas após o assassinato, na semana passada, de um militante antifascista por um neonazista membro do Aurora Dourada

Agência France-Presse
postado em 25/09/2013 18:17
Atenas - Milhares de gregos protestaram nesta quarta-feira (25/9) contra o fascismo na capital Atenas e em outras cidades do país, onde continuam as operações contra o partido neonazista Aurora Dourada.

Em Atenas, a manifestação terminou com enfrentamentos entre a polícia e os manifestantes. A manifestação foi convocada por partidos de esquerda, sindicatos e associações antifascistas após o assassinato, na semana passada, de um militante antifascista por um neonazista membro do Aurora Dourada.

"Convocamos a mobilização de todos os grupos sociais e institucionais", indicou um comunicado do partido socialista Pasok, que divide o poder com a direita.

[SAIBAMAIS]O principal partido da oposição, Syriza (esquerda radical) também convocou uma "passeata pacífica para defender a democracia". Na semana passada, vários protestos e manifestações em todo o país após o assassinato do jovem músico antifascista - que provocou grande comoção na Grécia - terminaram em confrontos com a polícia.

Cerca de 10 mil pessoas participaram de várias passeatas que convergiram em frente ao Parlamento. Alguns manifestantes avançaram em direção à sede do partido neonazista localizado a alguns quilômetros ao norte.

Nos arredores do Parlamento, alguns manifestantes jogaram coquetéis molotov contra a polícia, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo. "Pavlos vive, fora nazistas", proclamava uma faixa exibida pela associação Keerfa, um dos pilares da luta antirracista, que por muito tempo foi a única a denunciar os ataques xenófobos dos partidários do Aurora Dourado.

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Pavlos Fyssas, de 34 anos, um rapper antifascista conhecido como P. Killah, morreu quarta-feira passada, nos arredores de Atenas, esfaqueado por um motorista de caminhão, um membro da formação neonazista.

A rede de associações contra o racismo Diktyo indicou em um comunicado que os ataques racistas na Grécia já somavam 300 desde outubro de 2011. Além de Atenas, manifestações antifascistas foram realizadas em dezenas de cidades, como em Salônica, a segunda maior cidade da Grécia

"Fim imediato do Aurora Dourada. Exigimos o fechamento de todas as suas sedes locais, em cada cidade. Que sejam levados à prisão não só aqueles envolvidos diretamente, mas todos os membros da organização", reclamava Takis Yanopoulos, um manifestante.

A polícia grega, acusada de passividade frente ao Aurora Dourada, partido suspeito de estar por trás de ataques contra imigrantes, intensificou nos últimos dias as operações contra os neonazistas. Na terça-feira à tarde, um policial encarregado de proteger um deputado do Aurora Dourada foi preso após a descoberta de armas e munições de sua propriedade em um prédio do partido em Agrinio (centro).

No início da semana, alguns oficiais da polícia foram suspensos ou demitidos por não investigarem a presença de armas em escritórios da organização neonazista. O Aurora Dourada, que nega envolvimento na morte do músico, se diz vítima de uma campanha discriminatória. Seu líder Nikos Michaloliakos ameaçou na internet processar todos os partidos políticos do país.

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