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Estados Unidos combatem milícias shebab com ajuda a aliados africanos

Para Washington, o ataque ao shopping Westgate em Nairóbi foi justamente uma tentativa desesperada de represália dos shebab

Agência France-Presse
postado em 26/09/2013 16:13
Antes de enfrentar diretamente as milícias shebab somalis, os Estados Unidos preferiram, até o momento, apoiar discretamente os países que combatem os islamitas por intermédio dos serviços de inteligência e do treinamento de seus militares.

Essa tática pode ser posta em xeque, após o ataque deste fim de semana a um shopping em Nairóbi, no Quênia, que deixou pelo menos 67 mortos. Os shebab assumiram a sangrenta ofensiva.

As autoridades americanas acreditam, porém, que sua estratégia tem dado resultado, apesar desse último episódio. Para Washington, o ataque ao shopping Westgate em Nairóbi foi justamente uma tentativa desesperada de represália dos shebab ("jovens", em árabe), após seus inúmeros fracassos nesses últimos meses na Somália.

As Forças Armadas americanas utilizam aviões não tripulados ("drones") de bases no Djibuti e em Entebe, em Uganda, para reprimir os movimentos dos shebab, e membros das forças especiais ensinam táticas a seus colegas do Quênia, da Etiópia e da Somália, destacam especialistas consultados pela AFP.

"É realmente uma abordagem prudente", comentou Seth Jones, ex-assessor para Operações Especiais, acrescentando que "a presença americana foi mínima, pelo menos na aparência".

A coleta de informação de inteligência entregue imediatamente aos aliados é a contribuição mais importante dos Estados Unidos, na opinião de Jones: "os EUA coletam muita informação e compartilham".

"Não tem muito tempo, o governo somali controlava apenas algumas quadras em Mogadíscio e, hoje, controla uma vasta zona do sul do país", observa um oficial americano que pediu para não ser identificado.



Trabalho secreto

Os shebab estão nitidamente "sob pressão", mas "está claro que não desapareceram", admite esse militar de alta patente, que conversou com a AFP sob a condição do anonimato.

O governo do presidente Barack Obama não se propõe a mudar radicalmente seu enfoque sobre o tema. Não está previsto, por exemplo, realizar incursões aéreas com "drones", nem operações com forças especiais.

Desde os atentados contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, em 1998, e os do 11 de Setembro, em 2001, os Estados Unidos começaram a tecer toda uma rede logística na África Oriental. Com isso, foi possível ter acesso a um determinado número de portos e aeroportos, enquanto sua principal base nessa área é o chamado "Camp Lemonnier", no Djibuti.

Cerca de 3.000 soldados se encontram estacionados nessa base, que administra a ajuda militar e o treinamento na região. Há pelo menos 150 militares americanos posicionados no Quênia, entre eles um bom número de instrutores, e uma quantidade similar de soldados na Etiópia - segundo o Pentágono.

O Departamento da Defesa dos Estados Unidos também gasta milhões de dólares para apoiar a missão da União Africana na Somália, por meio de ajuda logística, fornecimento de equipamentos, formação militar e translado de tropas.

Ao contrário do que acontece no Paquistão, ou no Iêmen, os ataques de "drones" contra militantes vinculados à Al-Qaeda na Somália ainda são incomuns. Washington tem preferido trabalhar em sigilo, em particular para evitar comparações com a caótica intervenção na Somália nos anos 1990.

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