Agência France-Presse
postado em 26/09/2013 19:01
A situação sanitária continua se degradando na Síria, devido à destruição de hospitais, à diminuição do número de médicos e à escassez de medicamentos, advertiu o Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Unocha, na sigla em inglês).O órgão manifestou particular preocupação com a destruição de hospitais, com os ataques a equipes médicas e aos estabelecimentos de saúde, assim como com o impacto do conflito para os fabricantes farmacêuticos e na importação de medicamentos, devido às sanções econômicas impostas.
Em um comunicado, o Unocha alertou para a falta de vacinas e de medicamentos, entre os quais aqueles necessários para o tratamento do câncer.
Em alguns lugares, como na cidade de Homs, metade dos médicos abandonou o país. Em Aleppo e seus arredores, apenas 36 médicos ainda estão trabalhando, contra cinco mil antes do conflito. Pelo menos 70% dos laboratórios farmacêuticos do país também foram afetados, segundo essa agência da ONU, acrescentando que sete milhões de sírios precisam de ajuda humanitária.
A Unocha destacou também o "risco crescente de epidemias de doenças contagiosas, devido à desorganização dos programas de vacinação, à superlotação nos abrigos e aos estragos causados nas infraestruturas de água potável".
Nos primeiros meses de 2013, a ONU e agências não-governamentais na Síria distribuíram ajuda médica de urgência para tratar de mais de dois milhões de pessoas, mas ainda resta muito por fazer, segundo a Unocha. As necessidades básicas da população aumentam de maneira exponencial.
A ONU estima em US$ 1,4 bilhão as necessidades humanitárias na Síria, mas 48% dessa ajuda ainda não foi financiada. Já o montante para atender aos refugiados nos países vizinhos está avaliado em pelo menos US$ 3 bilhões. Apenas 43% desses recursos foram reunidos até agora.
Mais de 2,1 milhões de sírios (de uma população de 21,4 milhões) fugiram para países vizinhos.
Em 2010, a Síria contava com mais de 20 mil escolas. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), desde então, uma escola a cada cinco foi danificada, destruída, ou usada para acolher famílias desabrigadas. No último ano, cerca de 2 milhões de crianças entre 6 e 15 anos ficaram sem aulas.