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Irã se diz pronto para discutir limitação do enriquecimento de urânio

Os países ocidentais e Israel acusam o Irã de tentar produzir armas atômicas sob a cobertura de um programa nuclear civil, o que o Irã nega

Agência France-Presse
postado em 29/09/2013 10:20
Teerã - O Irã está pronto para discutir uma limitação do nível de enriquecimento de urânio, mas não suspenderá jamais esta atividade, centro das preocupações ocidentais, declarou neste domingo uma autoridade iraniana citada pela agência de notícias ISNA.

"Insistimos há 10 anos que está fora de questão aceitar uma suspensão completa do enriquecimento de urânio", afirmou o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araqchi.

Araghchi, que desempenha um papel central na equipe de negociação nuclear, disse, no entanto, que "o nível, a forma e o local" de enriquecimento podem ser abordados em futuras negociações, "desde que não questionem o enriquecimento e o direito do Irã" a esta atividade.

Ele fez referência às discussões entre as grandes potências do grupo 5%2b1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) e o Irã previstas para 15 de outubro, em Genebra.

Os ministros das Relações Exteriores do Grupo 5%2b1 e o iraniano se reuniram quinta-feira em Nova York para definir a retomada das negociações em Genebra, depois de uma pausa de seis meses.

[SAIBAMAIS]

Os países ocidentais e Israel acusam o Irã de tentar produzir armas atômicas sob a cobertura de um programa nuclear civil, o que o Irã nega.

O Irã afirma enriquecer urânio de 5 a 20% para a produção de energia e fins médicos, mas os ocidentais estão preocupados com o recente aumento na capacidade de enriquecimento. Com equipamentos mais eficientes, eles temem que o Irã enriqueça seu urânio a um nível de pureza necessário para fabricar armas nucleares (90%).

A oferta Ocidental, apresentada em fevereiro, exige a suspensão do enriquecimento de urânio a 20% em troca de uma redução de certas sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

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"As negociações devem levar à suspensão das sanções, o reconhecimento do direito do enriquecimento de urânio e à retirada da questão nuclear do Conselho de Segurança da ONU", declarou Araghchi.

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