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Assad confirma que Síria vai acatar resolução da ONU sobre arsenal químico

"Claro, vamos respeitá-la e nossa história demonstra que sempre respeitamos nossa assinatura em todos os tratados que firmamnos", afirmou Bachar al Assad

Agência France-Presse
postado em 29/09/2013 12:26
Damasco - O presidente sírio Bashar al-Assad declarou neste domingo que seu país acatará a resolução das Nações Unidas sobre armas químicas adotadas na sexta-feira pela ONU, segundo a agência oficial Sana.

"Claro, vamos respeitá-la e nossa história demonstra que sempre respeitamos nossa assinatura em todos os tratados que firmamos", declarou Assad a um jornalista da rede italiana Rai 24.

Presidente sírio Bachar al Assad

Ele assegurou que seu país "garantirá, com toda a certeza, ajuda e proteção" aos especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), que devem chegar a Damasco na terça-feira.

Assad também considerou que a reaproximação entre Estados Unidos e Irã é positiva para seu país. "Se os americanos forem sinceros em sua aproximação com o Irã, os resultados serão positivos no que diz respeito à crise síria e todas as crises na região".

"Os iranianos como os sírios não confiam nos americanos (...) mas os iranianos não agem com rancor em sua reaproximação. É um passo bem estudado que se baseia na experiência dos iranianos com os Estados Unidos desde a revolução iraniana de 1979", ressaltou Assad.

Rohani, que esteve sob os holofotes em Nova York onde participou da Assembleia Geral da ONU, conversou por telefone com o presidente americano pouco antes de partir para Teerã na sexta-feira.

Em contrapartida, Assad disse que a Europa não tem a capacidade necessária para desemprenhar um papel-chave nas negociações de paz sobre a Síria.

"Sinceramente, a maioria dos países europeus não tem a capacidade de desemprenhar um papel na Genebra 2 (conferência de paz sobre a Síria), já que não possui o que se necessita para ter sucesso nesse papel", afirmou.

"Eles adotaram a política americana em suas relações com diferentes países (da região) desde a presidência de George Bush. Como poderiam desempenhar um papel sem falta a eles credibilidade", questionou.

"Como podem falar de ajuda humanitária, enquanto a Europa impõe o pior embargo à Síria desde a sua dependência" em 1946, insistiu.

Quanto a oposição, Assad ressaltou que para ele, "os homens armados são terroristas".

"Não importa qual partido político participe da conferência de Genebra, mas não podemos, por exemplo, conversar com organizações ligadas à Al-Qaeda ou com terroristas. Não podemos negociar com pessoas que pedem uma intervenção militar na Síria", declarou, em referência à Coalizão Nacional de oposição síria.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou na noite de sexta-feira, por unanimidade, uma resolução que prevê a destruição do arsenal químico do regime sírio de Bashar al-Assad.

Essa é a primeira resolução adotada pelo máximo órgão da ONU sobre a Síria desde o início do conflito naquele país, em março de 2011, após os vetos de Rússia e China a três projetos precedentes.

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Quase de forma simultânea, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou uma nova conferência de paz sobre a Síria, denominada "Genebra 2", que será realizada em meados de novembro com o objetivo de tentar organizar uma transição política no país mergulhado em uma sangrenta guerra civil.

A resolução do Conselho de Segurança foi aprovada por seus 15 membros, entre eles os cinco permanentes com direito a veto: Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã-Bretanha.

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