Teerã - O comandante da Guarda Revolucionária, o exército de elite do regime iraniano, criticou nesta segunda-feira (30/9) a histórica conversa telefônica da semana passada entre presidente iraniano, Hassan Rohani, e o americano, Barack Obama. Esta é a primeira crítica em público de uma autoridade iraniana à conversa de sexta-feira (27/9) entre Rohani e Obama.
"O presidente manteve uma posição firme e adequada durante sua estadia (nos Estados Unidos), mas da mesma forma que se negou a reunir-se com Obama deveria ter se recusado a conversar com ele por telefone e esperado ações concretas do governo americano", declarou o general Mohamad Ali Jafari ao site Tasnimnews.com.
A crítica contradiz o pedido de Rohani e do guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, que pediram que a Guarda Revolucionária não trate de política. O contato telefônico entre o presidente iraniano e o americano foi o primeiro deste tipo entre os dois países desde a ruptura de relações diplomáticas em 1980.
Para responder a "boa vontade" manifestada pelo Irã na Assembleia Geral da ONU, o governo dos Estados Unidos deve "suspender todas as sanções contra a nação iraniana, desbloquear os bens iraniano congelados nos Estados Unidos, suspender sua hostilidade a respeito do Irã e aceitar o programa nuclear iraniano", declarou o general Jafari, nomeado pelo guia supremo.
A conversa de sexta-feira (27) abordou o programa nuclear iraniano e os dois presidentes concordaram que os ministros das Relações Exteriores devem permanecer em contato para encontrar uma solução à crise desatada em 2005.