Agência France-Presse
postado em 30/09/2013 17:15
Roma - O caos e as divisões no partido de direita de Silvio Berlusconi após a demissão de seus cinco ministros pode favorecer o primeiro-ministro social-democrata Enrico Letta, que decidiu pedir o voto de confiança do Parlamento na quarta-feira (2/10) para seguir governando.
Vários representantes do partido do magnata das comunicações estão refletindo se cabe retirar o apoio ao governo de coalizão de Letta, formado apenas há cinco meses, ou se optam por evitar a paralisia política e novas eleições.
A agência de classificação financeira Fitch advertiu que "a eventual queda do governo italiano colocará em perigo os objetivos da política fiscal a curto e médio prazo", ou seja, um déficit dentro dos 3% do PIB, e a "incerteza" pode refletir negativamente na classificação da península.
"Queremos um governo estável na Itália e partimos do princípio que as forças que trabalham para estabilizar a situação vão encontrar uma solução", declarou Steffen Seibert, porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel.
"Não acredito que governar a qualquer custo, para permanecer por mais três dias e voltar a começar com o ;anda e para;", advertiu Letta, que apresentará no Parlamento um programa econômico e social para dar estabilidade à Itália.
A decisão do Cavaliere de pedir para que os ministros do seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), renunciassem irritou muitos de seus partidários, que não querem uma crise governamental e eleições antecipadas enquanto o país se esforça para sair da recessão.
"Na Itália, existe um partido que realiza primárias para escolher entre água sem gás ou água com gás", o Movimento Cinco Estrelas (M5S) de Beppe Grillo, "e outro em que cinco de seus membros se reúnem para o almoço e decidem derrubar o governo", lamentou o ministro Gaetano Quagliarello, membro do partido de Berlusconi e um dos principais críticos de sua atitude.
Todos os outros ministros do PDL expressaram consternação, incluindo Angelino Alfano, vice-primeiro-ministro e secretário do PDL, que disse considerar tornar-se "um Berlusconi ao contrário".
"A pergunta é: até quando resistirá a obediência cega e absoluta ao Chefe? O mundo de Berlusconi nunca esteve tão em desacordo com Berlusconi" em si, escreveu o La Stampa.
"Muitos parlamentares do PDL percebem em suas respectivas cidades a contradição dos seus eleitores em relação a queda do governo de Enrico Letta. Eleitores que não entendem o gesto de Cavaliere. Ou melhor, eleitores que entendem como uma reação a seus problemas legais", acrescentou o jornal.
Berlusconi foi condenado no dia 1; de agosto de forma definitiva a uma pena de prisão de quatro anos (reduzida a um) por fraude fiscal.
O magnata das comunicações, de 77 anos, que governou a Itália durante 12 dos últimos 19 anos, escolheu cumprir sua condenação em sua casa de Roma, ao invés de realizar trabalhos de interesse geral.
Dessa forma, o Cavaliere corre o risco de ser destituído de seu cargo como senador e ser privado de imunidade parlamentar, tendo que enfrentar mais um julgamento por prostituição de menor e abuso de poder.
Para solucionar a questão, o chefe de Governo Enrico Letta pedirá um voto de confiança no Senado, onde não dispõe teoricamente de uma maioria.
A esperança é atrair parlamentares do PDL cansados das birras do Cavaliere e formar uma nova maioria com os centristas de Mario Monti e, talvez, com alguns desertores do Movimento Cinco Estrelas - que já não dependem do apoio Berlusconi. Uma reunião de parlamentares do PDL é esperada para o final do dia e deve ajudar a esclarecer as posições.
Vários representantes do partido do magnata das comunicações estão refletindo se cabe retirar o apoio ao governo de coalizão de Letta, formado apenas há cinco meses, ou se optam por evitar a paralisia política e novas eleições.
A agência de classificação financeira Fitch advertiu que "a eventual queda do governo italiano colocará em perigo os objetivos da política fiscal a curto e médio prazo", ou seja, um déficit dentro dos 3% do PIB, e a "incerteza" pode refletir negativamente na classificação da península.
"Queremos um governo estável na Itália e partimos do princípio que as forças que trabalham para estabilizar a situação vão encontrar uma solução", declarou Steffen Seibert, porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel.
"Não acredito que governar a qualquer custo, para permanecer por mais três dias e voltar a começar com o ;anda e para;", advertiu Letta, que apresentará no Parlamento um programa econômico e social para dar estabilidade à Itália.
A decisão do Cavaliere de pedir para que os ministros do seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), renunciassem irritou muitos de seus partidários, que não querem uma crise governamental e eleições antecipadas enquanto o país se esforça para sair da recessão.
"Na Itália, existe um partido que realiza primárias para escolher entre água sem gás ou água com gás", o Movimento Cinco Estrelas (M5S) de Beppe Grillo, "e outro em que cinco de seus membros se reúnem para o almoço e decidem derrubar o governo", lamentou o ministro Gaetano Quagliarello, membro do partido de Berlusconi e um dos principais críticos de sua atitude.
Todos os outros ministros do PDL expressaram consternação, incluindo Angelino Alfano, vice-primeiro-ministro e secretário do PDL, que disse considerar tornar-se "um Berlusconi ao contrário".
"A pergunta é: até quando resistirá a obediência cega e absoluta ao Chefe? O mundo de Berlusconi nunca esteve tão em desacordo com Berlusconi" em si, escreveu o La Stampa.
"Muitos parlamentares do PDL percebem em suas respectivas cidades a contradição dos seus eleitores em relação a queda do governo de Enrico Letta. Eleitores que não entendem o gesto de Cavaliere. Ou melhor, eleitores que entendem como uma reação a seus problemas legais", acrescentou o jornal.
Berlusconi foi condenado no dia 1; de agosto de forma definitiva a uma pena de prisão de quatro anos (reduzida a um) por fraude fiscal.
O magnata das comunicações, de 77 anos, que governou a Itália durante 12 dos últimos 19 anos, escolheu cumprir sua condenação em sua casa de Roma, ao invés de realizar trabalhos de interesse geral.
Dessa forma, o Cavaliere corre o risco de ser destituído de seu cargo como senador e ser privado de imunidade parlamentar, tendo que enfrentar mais um julgamento por prostituição de menor e abuso de poder.
Para solucionar a questão, o chefe de Governo Enrico Letta pedirá um voto de confiança no Senado, onde não dispõe teoricamente de uma maioria.
A esperança é atrair parlamentares do PDL cansados das birras do Cavaliere e formar uma nova maioria com os centristas de Mario Monti e, talvez, com alguns desertores do Movimento Cinco Estrelas - que já não dependem do apoio Berlusconi. Uma reunião de parlamentares do PDL é esperada para o final do dia e deve ajudar a esclarecer as posições.