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Israel pronto para agir sozinho contra Irã, diz Netanyahu

Netanyahu culpou o presidente do Irã, Hassan Rohani, que está fazendo aberturas diplomáticas em relação ao Ocidente desde que chegou ao poder

Agência France-Presse
postado em 01/10/2013 14:25

Damasco - Os inspetores internacionais encarregados de iniciar a operação de desmantelamento das armas químicas sírias chegaram nesta terça-feira em Damasco para iniciar uma operação histórica, que consiste em eliminar em pleno conflito de um arsenal proibido estimado em mil toneladas.


Os 19 inspetores da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), encarregados de supervisionar a aplicação de uma resolução da ONU que prevê a destruição do arsenal químico sírio, chegaram a Damasco em um comboio de cerca de vinte veículos brancos provenientes do Líbano. Eles são acompanhados de 14 funcionários da ONU.

Sua missão, estabelecida após uma queda de braço inédita depois da guerra fria entre os Estados Unidos e a Rússia, é uma das operações de desarmamento mais ambiciosas e mais perigosas já tentadas. A destruição de arsenais químicos já foi realizada no Iraque e na Líbia, mas nunca em plena guerra. E a Síria mergulha cada dia mais em um conflito complexo que deixou mais de 115 mil mortos em dois anos e meio.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos do Homem (OSDH), que se baseia em uma ampla rede de militantes e médicos em toda a Síria, a violência deixou mais de 47.000 mortos entre os combatentes leais ao regime do presidente Bashar al-Assad e cerca de 23.000 do lado rebelde.

Entre os aliados do presidente Assad mortos estão 174 membros do Hezbollah xiita libanês, que combate ao lado do regime. No incidente mais violento desta terça, pelo menos 20 combatentes rebeldes, incluindo jihadistas da Frente al-Nosra morreram em um bombardeio das forças do regime com o objetivo de abrir uma rota de abastecimento militar entre o centro e Aleppo (norte), segundo o OSDH.

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Segundo especialistas em desarmamento, a Síria possui mais de 1.000 toneladas de armas químicas, entre elas 300 toneladas de gás mostarda e sarin, distribuídas em 45 locais diferentes.

Os inspetores da OPAQ chegaram ao país um dia após a partida dos especialistas da ONU, que investigaram sete supostos casos de utilização de armas químicas denunciados pelo regime ou pela oposição. Eles entregarão seu relatório no fim de outubro. Não se pode conversar com organizações vinculadas à Al-Qaeda

Há alguns dias esses especialistas confirmaram o uso de armas químicas em um ataque ocorrido no dia 21 de agosto perto de Damasco, que levou alguns países, sobretudo os Estados Unidos, a contemplarem a possibilidade de uma ação militar como punição. Para evitar essa operação, russos e americanos chegaram a um acordo que impõe o desmantelamento das armas químicas no país antes de meados de 2014.

No dia 19 de setembro, as autoridades sírias forneceram uma lista dos locais de fabricação e armazenamento de armas químicas, que devem ser inspecionados em um prazo de 30 dias. "Até o momento não temos motivo algum para duvidar da informação fornecida pelo regime sírio", declarou um funcionário da OPAQ.

O prazo parece muito curto se for comparado a outros casos. A Líbia, por exemplo, segue sem ter concluído o processo de desmantelamento de seu arsenal dez anos depois de anunciar sua intenção de fazê-lo. A uma pergunta da rede italiana Rai News 24, Assad afirmou que "é claro, respeitarão" a resolução da ONU.

Esta resolução também pede a realização o quanto antes de uma conferência internacional em Genebra para encontrar uma solução política. Assad afirmou que não quer que a Europa desempenhe nenhum papel na conferência, chamada de Genebra 2, "porque não possui os recursos para ter êxito".

O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, afirmou, no entanto, ter conseguido que China, França e Reino Unido se somem à iniciativa russo-americana. A lista de participantes sírios também gera problemas. O chefe da oposição, Ahmad Jarba, afirmou no sábado que a Coalizão Nacional Síria estava disposta a enviar uma delegação.

Mas Assad, referindo-se à coalizão, disse que "não se pode conversar com organizações vinculadas à Al-Qaeda (nem) negociar com gente que pede uma intervenção militar na Síria". No entanto, a Rússia declarou nesta terça-feira que o regime sírio pode iniciar uma negociação com os mais moderados da oposição armada em uma conferência internacional.

"Não descarto que a oposição armada, se não se pronunciar a favor dos extremistas e não tiver visões terroristas, possa estar muito bem representada" em Genebra 2, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov. "É algo que o presidente Assad também disse", segundo ele. Além das intrigas políticas, há o drama dos refugiados.

Dezessete países, entre eles México, aceitaram abrir suas fronteiras aos sírios que buscam um novo futuro, anunciou nesta terça-feira o Alto Comissário da ONU para os refugiados, Antonio Guterres. A guerra na Síria provocou o exílio de milhares de pessoas.

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