Quatro russos e 26 estrangeiros de 17 países, entre eles a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, estão detidos desde 19 de setembro na Rússia por participação em um ato de protesto em uma plataforma de petróleo no Ártico. No mesmo dia, o barco "Artic Sunrise" do Greenpeace foi abordado por uma unidade da guarda costeira russa, depois que vários ativistas tentaram escalar uma plataforma petroleira da empresa russa Gazprom para denunciar o risco ecológico da extração de combustível.
O Comitê de Investigação russo iniciou os processos por pirataria. Os militantes negaram as acusações e relataram uma invasao ilegal das tropas russas ao barco, que estaria em águas internacionais. O presidente russo, Vladimir Putin, declarou na semana passada que os ativistas não são piratas, mas que violaram as normas da lei internacional.
[SAIBAMAIS]Após as declarações, o comitê de investigação informou que as acusações poderiam ser reduzidas durante investigação. O governo brasileiro anunciou na terça-feira que instruiu o embaixador do país em Moscou, Fernando Mello Barreto, a assinar uma carta de garantia que "deverá contribuir para o encaminhamento positivo do caso".
O ministério das Relações Exteriores informou à AFP que a carta de garantia assegura que Ana Paula Maciel comparecerá a todas as audiências da investigação. Na terça-feira (1;), diretora de uma comissão de vigilância penitenciária, Irina Paikacheva, explicou à AFP que os militantes estão quase em "estado de choque" e não compreendem a acusação.
"Não podiam imaginar estas consequências depois de uma ação pacífica em um país democrático", explicou Paikatcheva. De acordo com Alexander Morozov, chefe de redação do site Rousski Journal, "a severidade das acusações está relacionada com o fato do Kremlin estar convencido que, por trás das ações do Greenpeace, se desenvolve um ;complô mundial;. As autoridades russas acreditam que não se trata de associações civis, e sim de artimanhas da CIA, que é um ;comando;", declarou à AFP.