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Venezuela critica decisão dos EUA de retribuir expulsão de diplomatas

Na nota que reage à decisão dos Estados Unidos, o governo venezuelano disse que seus diplomatas não tiveram a mesma atuação

postado em 02/10/2013 14:32
Bogotá ; A decisão dos Estados Unidos de expulsar três diplomatas venezuelanos, anunciada como medida de reciprocidade pela expulsão de diplomatas norte-americanos, foi recebida nesta quarta-feira (2/10) com críticas pelo governo da Venezuela. Em comunicado sobre a retaliação, o Ministério das Relações Exteriores do país disse "não considerá-la recíproca", porque os funcionários venezuelanos não tiveram uma má conduta diplomática.

A expulsão dos diplomatas norte-americanos foi anunciada pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, segunda-feira (30/9). Segundo ele, os funcionários da Embaixada dos Estados Unidos em Caracas participaram de reuniões com a oposição no país para elaborar ;planos de sabotagem energética e econômica;.

Na nota que reage à decisão dos Estados Unidos, o governo venezuelano disse que seus diplomatas não tiveram a mesma atuação. ;Eles não ousaram, em nenhum momento, participar de reuniões com grupos contrários ao governo do presidente Barack Obama e com pessoas interessadas em atuar contra o governo americano;, acrescentou o comunicado.

De acordo com a imprensa dos Estados Unidos, o encarregado de negócios da Venezuela em Washington, Calixto Ortega, já foi notificado sobre a expulsão. A segunda-secretária da embaixada, Mónica Alejandra Sánchez Morales, e a consulesa venezuelana na cidade de Houston, Marisol Gutiérrez de Almeida, também terão de deixar o país.



Em uma entrevista coletiva ainda na Venezuela, Kelly Keirderling, uma das diplomatas norte-americanas expulsas e ex-encarregada de negócios em Caracas, lamentou as acusações recebidas quanto à sua suposta participação em planos de sabotagem do sistema elétrico.

;Meu trabalho era o que comumente fazem os diplomatas para entender bem o país. Todas as acusações de sabotagem, de conspiração, de que nós vamos acabar com o mundo, todas são falsas", disse aos jornalistas em Caracas.

No comunicado divulgado hoje, o governo venezuelano considerou que as declarações de Kelly Keirderling comprovam as acusações feitas pelo presidente Nicolás Maduro. ;Essas declarações são uma confissão aberta da ingerência dos Estados Unidos nos assuntos internos da Venezuela, por isso a funcionaria foi considerada persona non grata;, disse o texto.

Maduro apresentou um vídeo com fotografias que, segundo ele, comprovam a participação de Kelly e seus colegas em uma reunião com uma organização da extrema direita no país.

Para adotar a medida de reciprocidade, o governo norte-americano disse ter se embasado na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. De acordo com a explicação, a convenção permite executar a medida de expulsão sem explicitar motivos ou razões.

Com informações da TV multiestatal de televisão Telesur e da agência pública de notícias de Cuba, Prensa Latina

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