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Tragédia em Lampedusa: naufrágio deixa 130 mortos e 200 desaparecidos

Mergulhadores encontraram 40 corpos dentro da embarcação que naufragou em frente à ilha de Lampedusa



Revoltada, a prefeita Nicolini enviou um telegrama ao primeiro-ministro Enrico Letta pedindo que fosse contar os mortos com ela e acusou a Europa de "ignorar (...) o enésimo massacre de inocentes que acontece perto da ilha". Ela lembrou que Lampedusa, mais próxima da costa norte-africana do que da Sicília, é "há anos" o destino dos imigrantes clandestinos.


"É um drama europeu, não apenas italiano", explicou Alfano, pedindo que a Itália, que recebeu 25.000 imigrantes este ano (três vezes mais do que em 2012), possa estender suas patrulhas "para além de suas águas territoriais".

A ministra da Integração, Cécile Kyenge, primeira negra em um governo italiano, pediu a formação de "corredores humanitários com o objetivo de tornar mais seguras essas travessias, que registram a atuação de grupos criminosos".

"Uma vergonha"

O presidente Giorgio Napolitano pediu que a "Europa interrompa o tráfico criminoso de seres humanos em cooperação com os países de procedência" e considerou "indispensável a vigilância das costas onde começam essas viagens de desespero e morte".

O Papa, que visitou Lampedusa em sua primeira viagem para fora de Roma, no início de julho, falou de "vergonha", tendo-se em vista as "várias vítimas de mais esse naufrágio".

Segundo a rede de ONGs Migreurop em Paris, em vinte anos, 17.000 imigrantes morreram tentando chegar à Europa. A maior tragédia até hoje aconteceu em junho de 2011, quando de 200 a 270 imigrantes originários da África Subsaariana se afogaram tentando chegar a Lampedusa.