Agência France-Presse
postado em 04/10/2013 17:02
Quatro pessoas morreram nesta sexta-feira (4/10) no Cairo em confrontos entre simpatizantes do presidente islamita deposto Mohamed Mursi e opositores, anunciou uma fonte médica.Ahmed al-Ansari, chefe dos serviços de emergência, indicou que outras 40 pessoas ficaram feridas nos confrontos iniciados após as orações de sexta-feira na capital e em outras cidades.
Perto da Praça Tahrir, na capital egípcia, a polícia atirou com balas reais para impedir que a multidão se aproximasse desse emblemático local, que teve seus acessos bloqueados.
Além disso, as forças de ordem dispararam bombas de gás lacrimogêneo contra centenas de manifestantes, constatou um jornalista da AFP. A polícia tentava distanciar os manifestantes partidários do presidente deposto Mursi da praça.
Após as orações desta sexta, vários manifestantes participaram de uma passeata em direção ao Ministério da Defesa, e outras milhares se reuniram no bairro de Nasr City, no Cairo.
Também houve enfrentamentos entre favoráveis e contrários a Mursi nos bairros de Manial e Chubra, na capital, segundo testemunhas, assim como na cidade de Alexandria (norte), segundo a agência Mena.
A tensão no Egito aumentou depois da deposição do presidente islamita Mohamed Mursi pelo Exército, em julho, após uma onda de grandes manifestações contra o governo. Para acabar com semanas de protestos de militantes do movimento de Mursi, Irmandade Muçulmana, o Exército lançou um ataque violento em 14 de agosto para dispersar os manifestantes, deixando centenas de mortos.
Os pró-Mursi continuam convocando manifestações toda as sextas-feiras, mas sua capacidade de mobilização se reduziu consideravelmente devido à repressão e à prisão de quase todos os dirigentes da Irmandade.