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Obama afirma que Irã está a um ano de desenvolver bomba nuclear

Obama também declarou que o presidente iraniano Hassan Rohani fez suas apostas no diálogo e que agora cabe aos Estados Unidos continuar com o processo político

Agência France-Presse
postado em 05/10/2013 14:51
WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou em entrevista publicada neste sábado (5/10) que o Irã está "a um ano ou mais" de desenvolver uma bomba nuclear, um claro sinal de desacordo com Israel.

Obama também declarou que o presidente iraniano Hassan Rohani fez suas apostas no diálogo e que agora cabe aos Estados Unidos continuar com o processo político.

O "calendário nuclear" de Obama não bate com o do premier israelense, Benjamin Netanyahu, que alertou que o Irã vem construindo centrífugas mais rápidas para enriquecer urânio, o que permitiria cruzar a linha vermelha em "semanas".

Obama, que fez uma ligação telefônica histórica para Rohani na semana passada e recebeu o israelense na última segunda-feira na Casa Branca, disse que ainda é preciso ver se o presidente iraniano vai levar a cabo sua iniciativa.

"Ele não é o único que toma decisões e muito menos quem toma a decisão final", disse Obama.

O presidente se refere ao fato de que a palavra final sobre a questão nuclear no Irã é do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.

Khamenei apoiou a ida de Rohani à ONU na semana passada, mas criticou alguns de seus posicionamentos, uma possível referência ao telefonema de Obama.

"Apoiamos a iniciativa diplomática do governo e damos importância a suas atividades durante a viagem", disse Khamenei durante uma cerimônia militar em Teerã.

"Mas algumas coisas que aconteceram na viagem a Nova York foram inapropriadas", afirmou, sem dizer exatamente ao que se referia.

Essa é a primeira reação de Khamenei aos progressos diplomáticos conquistados por Rohani, que manteve uma conversa telefônica de 15 minutos com Barack Obama, o primeiro contato diplomático entre os dois países em mais de 30 anos.

Irã e Estados Unidos romperam relações após a Revolução Islâmica de 1979.

Em discurso nas Nações Unidas nesta semana, Netanyahu disse que Israel iniciaria, caso fosse necessário, ações militares unilaterais para se defender contra o programa nuclear iraniano.

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