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EUA elogiam a Síria por cooperar no desarmamento de arsenal químico

A ONU deve detalhar nesta segunda-feira (7) a logística da operação de desarmamento, considerada uma das mais importantes e perigosas, já que a Síria ainda está em guerra

Agência France-Presse
postado em 07/10/2013 11:19
Damasco - Os especialistas internacionais e o governo dos Estados Unidos elogiaram nesta segunda-feira (7/10) a cooperação do governo sírio com o processo de destruição das armas químicas iniciado domingo (6), uma semana depois da aprovação de uma resolução pelo Conselho de Segurança da ONU. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, deve detalhar nesta segunda-feira (7), em um relatório ao Conselho de Segurança, a logística da operação de desarmamento, considerada uma das mais importantes e perigosas, já que a Síria ainda está em guerra.

Veículo da ONU transporta equipe de especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) durante missão em Damasco
Após vários dias de verificação, os especialistas da missão conjunta da ONU e da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) supervisionaram a destruição por funcionários sírios das primeiras ogivas de mísseis, bombas e equipamentos de fabricação de armas químicas. A missão responde à resolução 2118 do Conselho de Segurança, aprovada após um acordo Rússia-EUA que prevê o desarmamento químico do país até meados de 2014.

Os especialistas têm como objetivo destruir um arsenal estimado em mil toneladas de armas químicas, incluindo gás mostarda ou sarin, espalhadas por vários locais. Desde que desembarcaram na Síria, em 1; de outubro, as equipes também "observam, verificam e reportam" se o governo de Bashar al-Assad forneceu informações apropriadas sobre o arsenal químico.

Um prazo recorde


Em um comunicado publicado no site da organização, a OPAQ elogiou a cooperação das autoridades sírias no desmantelamento do arsenal químico. Os especialistas tiveram conversas "construtivas" com o regime de Assad sobre a lista de armas químicas enviada à OPAQ. O secretário de Estado americano, John Kerry, também elogiou a primeira operação de destruição do arsenal químico.



"O processo começou em prazo recorde e estamos agradecidos à Rússia por sua cooperação e certamente à Síria por seu consentimento", declarou Kerry em uma entrevista coletiva conjunta com o chanceler russo, Serguei Lavrov, ao fim de uma reunião na ilha indonésia de Bali. "Penso que é extremamente significativo que ontem, domingo, uma semana depois da adoção da resolução (na ONU), tenham sido destruídas armas químicas. Penso que isto honra o regime de Damasco, com toda franqueza. É um bom começo e nós o recebemos favoravelmente", completou.

Assad se comprometeu a facilitar o trabalho dos especialistas, depois da votação em 27 de setembro da resolução 2118, a primeira aprovada pelo Conselho de Segurança sobre o conflito sírio graças a um acordo entre Moscou e Washington, que prevê o desarmamento químico do país até meados de 2014. O acordo afastou a ameaça de um ataque americano contra o regime, depois que um ataque químico em 21 de agosto na região de Damasco provocou centenas de mortes. O Ocidente e a oposição síria acusaram o regime sírio pelo uso de armas químicas, mas o governo negou o envolvimento e acusou os rebeldes.

Conferência de paz


No campo de batalha, as diferentes partes em conflito se mostram determinadas a lutar até o final, apesar dos esforços da comunidade internacional para convocar uma conferência de paz e encerrar dois anos e meio de guerra. O conflito provocou mais de 115 mil mortes e obrigou a fuga de dois milhões de pessoas.

Lavrov afirmou que Rússia e Estados Unidos desejam organizar em meados de novembro uma conferência internacional de paz sobre a Síria, conhecida como Genebra 2, para encontrar uma solução política ao conflito. O regime sírio descarta, no entanto, a ideia de que a conferência pode forçar a saída de Assad, enquanto a oposição exige o afastamento do presidente de qualquer transição política.

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