Agência France-Presse
postado em 07/10/2013 20:44
Nove pessoas, entre elas seis militares e três policiais, morreram nesta segunda-feira em dois ataques no Egito, no dia seguinte ao choques entre forças de segurança e partidários do deposto presidente islamita Mohamed Mursi que deixaram dezenas de mortos.Seis soldados morreram em Ismailiya (norte), onde grupos islamitas atacam com frequência as forças de segurança as forças oficiais desde que o exército destituiu e prendeu em 3 de julho Mohamed Mursi, primeiro presidente eleito democraticamente no Egito.
Na península do Sinai, três policiais morreram em um atentado com carro-bomba diante de uma delegacia.
Testemunhas viram a aproximação de um veículo da principal entrada da delegacia de Al-Tur, ao sul do Sinai, segundo a polícia.
Na capital, vários foguetes atingiram uma gigantesca antena de comunicação por satélite.
Os disparos tinham como alvo um conjunto de várias antenas parabólicas de comunicação no bairro de Maadi e atingiram uma delas, destinada a comunicações telefônicas internacionais.
Esses ataques aconteceram um dia depois que 51 pessoas morreram em choques entre as forças do governo e os partidários de Mursi, por ocasião da comemoração do 40o. aniversário da guerra árabe-israelense de 1973.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou a violência e a Grã-Bretanha manifestou sua "profunda preocupação". A França também denunciou os acontecimentos e pediu que seja "respeitada a liberdade de reunião e de manifestação".
As autoridades e os simpatizantes de Mursi trocaram acusações sobre os distúrbios, os mais violentos no país desde meados de agosto.
Apesar da implacável repressão da qual são alvo nas ruas, os simpatizantes de Mursi juraram intensificar as manifestações contra o que chamam de "golpe de Estado".
A violência de domingo resultou no maior balanço de mortos desde a repressão iniciada em 14 de agosto para dispersar partidários de Mursi que pedem sua volta ao poder. Os atos violentos desse dia e da semana seguinte deixaram mais de mil mortos, a maioria simpatizantes do islamita.
No sábado, o Ministério do Interior advertiu que reagiria com firmeza a qualquer sinal de desordem durante as comemorações do 40; aniversário da guerra Israel. O conflito de 1973 - conhecido como Guerra de Outubro, nos países árabes, e Guerra de Yom Kippur, no Estado hebreu - é lembrado com orgulho no Egito.
Junto com as forças sírias, os egípcios conseguiram surpreender as defesas israelenses durante a celebração do Yom Kippur (o Dia do Perdão), em Israel.
Posteriormente, a ofensiva permitiu a recuperação da Península do Sinai, graças ao tratado de paz firmado em 1979.
A espiral de violência poderá intensificar-se já que a Aliança contra o Golpe de Estado, liderada pela Irmandade Muçulmana, convocou para esta segunda-feira "todos os egípcios a manifestar em massa em marchas não-violências contra o regime insensato, fascista e opressor que divide o povo egípcio".