Agência France-Presse
postado em 09/10/2013 18:41
Ottawa - O chefe da agência de monitoramento eletrônico do Canadá falou pela primeira vez nesta quarta-feira (9/10) depois das acusações de que o governo do país espionou o Ministério das Minas e Energia do Brasil, afirmando que esse trabalho é legal e não tem canadenses como alvo.John Forster, diretor do Organismo de Segurança das Comunicações canadense (CSE, nas siglas em inglês), se pronunciou em uma conferência de tecnologia em Ottawa, depois de a Rede Globo ter informado no domingo que o governo brasileiro tinha sido alvo de espionagem industrial por parte da agência.
A reportagem foi baseada em documentos vazados pelo ex-funcionário de inteligência do governo americano Edward Snowden.
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"Posso dizer a vocês que não temos canadenses como alvo, em casa ou em outros lugares, em nossas atividades de inteligência no exterior, nem temos como alvo alguém no Canadá. De fato, isso é proibido por lei. Proteger a privacidade dos canadenses é o nosso princípio mais importante", disse.
[SAIBAMAIS]Forster se negou a entrar mais na polêmica desencadeada pelas supostas atividades de espionagem envolvendo o CSE. "Devido à natureza confidencial do nosso trabalho, estou certo de que vão entender que não posso dizer muita coisa", disse. "Tudo o que o CSE faz em termos de inteligência externa segue as leis canadenses", completou.
A Globo apresentou documentos vazados com informações detalhadas do Ministério das Minas e Energia, incluindo ligações telefônicas e trocas de correspondências eletrônicas.
O primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, disse na terça-feira que estava "muito preocupado" com as alegações, e declarou que um comissário independente vai analisar as atividades do CSE para verificar se as ações respeitam as leis canadenses.