Agência France-Presse
postado em 11/10/2013 11:09
Beirute - Grupos jihadistas e rebeldes mataram 190 civis, executando 67 deles, e sequestrando 200 pessoas em povoados alauítas da Síria no início de agosto, informou a Human Rights Watch em um relatório difundido nesta sexta-feira (11/10). A ONG classificou estes atos de crimes contra a Humanidade.[SAIBAMAIS]Em seu relatório de 105 páginas, HRW explica que investigou no terreno e entrevistou 35 pessoas, entre elas sobreviventes do ataque cometido pelos rebeldes contra 10 povoados alauítas em 4 de agosto na província de Latakia (oeste), reduto do presidente sírio Bashar al Assad. Nesse dia, ao menos 190 civis foram abatidos, entre eles 57 mulheres e 18 crianças, segundo a ONG que elaborou uma lista com os nomes das vítimas.
Do total de mortos nesse dia, 67 foram executados, apesar de não estarem armados ou apenas tentarem fugir, indicou a HRW, que reuniu provas que demonstram que eram civis não combatentes que não fizeram nada que ameaçasse ou fizesse crer que existia uma ameaça contra os atacantes. Segundo a HRW, ao menos 20 grupos participaram na operação durante a qual conquistaram estes dez povoados, recuperados pelas tropas do regime em 18 de agosto.
No entanto, a ONG assinala que os cinco principais organizadores e executores do ataque de 4 de agosto foram grupos jihadistas como o Estado Islâmico no Iraque e Levante (EILL), a Frente Al Nusra - ambos vinculados à Al-Qaeda - e Jaish al Muhayidin wal Ansar, e também grupos rebeldes islamitas como Ahrar al Sham e Suqur al Iz. O EIIL e Jaish al Muhayidin wal Ansar mantêm ainda em seu poder mais de 200 civis como reféns, em sua maioria mulheres e crianças.