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Pinochet teria desenvolvido armas químicas para se defender do Peru

Declaração data de 2006 e foi realizada via carta precatória a Townley nos Estados Unidos

Agência France-Presse
postado em 11/10/2013 14:52
Santiago - A ditadura de Augusto Pinochet desenvolveu armas químicas como o gás sarin para se defender de uma eventual invasão do Peru no norte do Chile, segundo a declaração judicial de um ex-membro dos serviços secretos.

"Nesta época (fim da década de 1970), o Peru tinha uma força militar muito poderosa e a ideia do (gás) sarin era poder utilizá-lo como arma defensiva no norte do Chile, área desértica com uma população muito escassa", disse em o ex-agente da Direção Nacional de Inteligência (DINA), Michael Townley, em uma declaração à qual a AFP teve acesso.

[SAIBAMAIS]A declaração data de 2006 e foi realizada via carta precatória a Townley nos Estados Unidos - onde vive sob o sistema de testemunha protegida - pelo juiz Alejandro Madrid, que investiga o assassinado do químico da DINA Eugenio Berríos, que desenvolveu o gás sarin. Após o fim da ditadura de Pinochet, em 1990, Berríos fugiu do Chile e se refugiou no Uruguai, onde seu cadáver apareceu em 1995 em uma praça próxima a Montevidéu.

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A justiça chilena ratificou e aumentou recentemente as condenações de três militares uruguaios e de outros 11 chilenos como autores e cúmplices do sequestro e assassinato no Uruguai de Berríos. Os coronéis uruguaios Tomás Casella Santos, Eduardo Radaelli Copolla e Wellington Salri Pose foram condenados a entre 5 e 15 anos de prisão, em uma decisão que ainda deve ser ratificada pela Suprema Corte.

No fim da década de 1970, a ditadura de Pinochet também espalhou milhares de minas terrestres e antitanques na fronteira com o Peru, que ambos os países se comprometeram a remover, e que na semana passada feriram uma pessoa.

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