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Novo naufrágio tem dezenas de imigrantes mortos ao sul de Lampedusa e Malta

Em Valeta, o primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat, confirmou a morte "de pelo menos 27 imigrantes", durante uma entrevista coletiva à imprensa à noite

Agência France-Presse
postado em 11/10/2013 18:49
Valetta - Dezenas de imigrantes morreram em um naufrágio ocorrido na noite desta sexta-feira (11/10) ao sul de Malta e de Lampedusa, oito dias depois da tragédia que custou a vida de mais de 300 pessoas próximo à pequena ilha siciliana.

Em Valeta, o primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat, confirmou a morte "de pelo menos 27 imigrantes", durante uma entrevista coletiva à imprensa à noite. "As operações de resgate dos corpos são mantidas", acrescentou por volta das 22h30 (17h30 de Brasília).

[SAIBAMAIS]Segundo a agência italiana Ansa, 33 corpos foram encontrados, incluindo os de crianças e mulheres. A mesma agência de notícias havia anunciado antes um registro de cerca de 50 mortos.

De acordo com Muscat, os navios da Marinha militar maltesa resgataram cerca de 150 imigrantes, sendo 113 homens, 20 mulheres e 17 crianças. Quatro deles -um adulto e três crianças, sendo duas muito jovens- estavam mortos.

Um médico examina as pessoas salvas e aquelas que precisam de tratamento urgente são levadas de helicóptero para Malta, enquanto o navio maltês se dirige para Valeta, onde está sendo aguardado para a manhã de sábado.

O hospital de Valeta foi colocado em "alerta máximo", acrescentou o primeiro-ministro. Cerca de cinquenta pessoas resgatadas foram socorridas pelos barcos da Marinha militar italiana.

O acidente aconteceu em uma zona no centro de um triângulo entre Malta, Líbia e Lampedusa, 60 milhas ao sul da pequena ilha siciliana, segundo um mapa divulgado pela Marinha militar maltesa em seu site.

As buscas eram realizadas nesta sexta à noite para tentar salvar os náufragos da embarcação que afundou em alguns minutos devido ao mar agitado. Cerca de 200 passageiros foram retirados do barco pelos navios maltês e italiano, que chegaram rapidamente à área.

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"A operação está em andamento. As condições marítimas são difíceis, com fortes ventos", declarou à AFP um integrante da Marinha militar maltesa.

Foram os imigrantes que alertaram as autoridades por um telefone via satélite, no momento em que o navio estava 60 milhas ao sul de Lampedusa e 70 milhas ao sul de Malta, não muito distante das águas territoriais líbias.

Segundo um comunicado da Marinha militar maltesa, o barco foi desestabilizado e virou quando os imigrantes se agitaram para chamar a atenção de um avião militar que o sobrevoava. O socorro rápido envolveu navios militares e helicópteros.

"Foi um naufrágio em águas territoriais maltesas. Forneceremos nossa ajuda às autoridades de Malta", declarou à AFP Filippo Marini, comandante da Guarda Costeira italiana. Este acidente aconteceu por volta das 17h15 locais (12h15 de Brasília), uma semana depois do naufrágio de um pesqueiro na costa da ilha de Lampedusa, no dia 3 de outubro, que custou a vida de mais de 300 imigrantes.

Até o momento 339 corpos foram encontrados dentro e nas imediações do barco afundado a mais de quarenta metros de profundidade. A embarcação transportava mais de 500 refugiados, em sua maioria eritreus, e apenas 155 ocupantes conseguiram sobreviver à tragédia.

Ao reagir a este novo drama no mar, a commissária europeia de Assuntos Internos, Cecilia Malmstr;m, criticou os países de onde sai a maior parte dos barcos: "A Líbia e a Tunísia devem acabar com o negócio indigno das embarcações de imigrantes", tuitou ela.

Para a comissária, "é mais urgente do que nunca lançar a grande operação Frontex", que ela anunciou no início da semana em Luxemburgo para a vigilância das fronteiras europeias.

"É uma nova e dramática confirmação desta situação urgente", reagiu o presidente do Conselho italieno, Enrico Letta, determinado a fazer que este assunto seja abordado o mais rápido possível pela UE.

"A Itália e Malta não podem ser deixadas sozinhas, é um problema europeu", disse Muscat, que conversou por telefone com seu colega italiano. "Tudo o que recebemos da Europa são palavras", afirmou.

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