Agência France-Presse
postado em 11/10/2013 21:24
A jovem paquistanesa Malala Yousafzai, que há um ano sobreviveu a um atentado dos talibãs por causa de sua campanha em prol da escolarização das meninas, pediu esta sexta-feira (11/10) a seus agressores que a escutem antes de matá-la."Matem-me, mas antes de me matar, me escutem", implorou a jovem de 16 anos em Washington, onde chamou a atenção da comunidade internacional a fazer da educação sua prioridade.
Durante um debate público com o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, à margem das reuniões de outono do FMI e do BM, a adolescente disse que as organizações internacionais deveriam "fazer da educação a prioridade número um". Este enfoque implicaria combater, ao mesmo tempo, o trabalho infantil, o tráfico de crianças, a pobreza e a Aids, argumentou.
O Banco Mundial deu um primeiro passo esta sexta-feira, ao anunciar uma doação de 200 milhões de dólares ao "Fundo Malala", que a jovem paquistanesa criou para apoiar a educação das meninas em todo o mundo.
Malala, cujo nome era cotado para o Prêmio Nobel da Paz, não deixou transparecer qualquer decepção depois de o cobiçado prêmio ser concedido, esta sexta, à Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) .
Em um comunicado publicado após o anúncio do vencedor, a jovem saudou a organização por este "merecido reconhecimento".
Perguntada na sexta-feira sobre as razões de seu ativismo, Malala disse ter aceitado "esta vida intensa por uma única razão: o direito de todas as crianças à educação".
A adolescente sobreviveu a um ataque dos talibãs, dirigido especificamente a ela, em 9 de outubro de 2012 em Mingora, Paquistão, onde os insurgentes impuseram sua versão radical da lei islâmica, entre 2007 e 2009.
Desde então, Malala se tornou ativista internacional pelo direito à educação e contra o extremismo religioso, expressando-se particularmente no fórum das Nações Unidas.
Na quinta (10/10), a jovem recebeu o prestigioso Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu.