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Kerry e Karzai mantêm negociação sobre acordo de segurança no Afeganistão

Os Estados Unidos negociam há quase um ano com Cabul um Acordo Bilateral de Segurança para estabelecer os termos da presença de um contingente americano no Afeganistão

Agência France-Presse
postado em 12/10/2013 09:42
Secretário americano de Estado, John Kerry, e o presidente afegão, Hamid Karzai, se reuniam para tentar chegar a um acordo sobre militares no Afeganistão
Cabul - O secretário americano de Estado, John Kerry, disse que foram registrados avanços nas negociações com o presidente afegão, Hamid Karzai, neste sábado (12/10) em Cabul, referentes a um acordo sobre a presença militar americana no Afeganistão depois de 2014. "Vamos tentar ver se alcançamos mais avanços, que é o que estamos fazendo durante todo o dia", declarou Kerry, que havia planejado viajar na manhã deste sábado a Paris, mas permaneceu em Cabul para tentar encontrar pontos em comum com o líder afegão. "Se alcançarmos (um acordo), isto vai colocar os talibãs para correr", declarou Kerry na embaixada dos Estados Unidos em Cabul, antes de retornar ao Palácio Presidencial afegão para continuar com as negociações.

[SAIBAMAIS]Um funcionário americano disse que Kerry, que iniciou as negociações com Karzai na sexta-feira, "queria deixar Cabul tendo resolvido a maior quantidade possível de temas". Os Estados Unidos negociam há quase um ano com Cabul um Acordo Bilateral de Segurança (BSA, em inglês) para estabelecer os termos da presença de um contingente americano no Afeganistão no fim da missão das forças da Otan, em 2014.


Karzai e Kerry retomaram na manhã deste sábado as negociações, que estão durando muito mais horas do que o previsto no programa inicial. Os Estados Unidos querem alcançar um acordo rapidamente, por volta do fim de outubro, estabeleceram o presidente americano, Barack Obama, e Karzai.

Segundo um diplomata americano, John Kerry não esperava alcançar um acordo neste sábado, antes de deixar o Afeganistão para viajar a Paris e depois a Londres. Karzai mostrou sua reticência em assinar o acordo, mas os Estados Unidos pressionam para que o pacto seja assinado o quanto antes para que a coalizão militar da Otan liderada pelos americanos possa organizar a retirada de seus 87.000 efetivos antes de dezembro de 2014.

Kerry chegou na sexta-feira a Cabul para uma visita surpresa de dois dias. O secretário americano de Estado se reuniu e jantou durante três horas com o líder afegão no palácio presidencial. "As duas partes reconheceram francamente suas divergências, mas o tom da conversa foi construtivo", disse um diplomata americano.

Autoridades do Departamento de Estado americano reconhecem que as discussões iniciadas há meses são complexas, mas na noite de sexta-feira "as divergências diminuíram em uma grande maioria de questões em suspenso", disse um deles.

O porta-voz de Karzai também informou que foram registrados avanços nas negociações. O presidente afegão já indicou em várias ocasiões que as divergências se concentram nas demandas dos americanos para realizar operações militares unilaterais contra os insurgentes e em como os Estados Unidos se comprometeriam a proteger o Afeganistão.


Karzai também rejeitou as pressões para assinar rapidamente o BSA e disse que primeiro pedirá a aprovação de uma grande assembleia de líderes tribais que será convocada em alguns meses. A retirada das tropas internacionais aumenta os temores do surgimento de uma onda de violência no Afeganistão, um país que sofre as ações dos fundamentalistas talibãs, expulsos do poder em 2001 por uma coalizão internacional.

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