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Atentado em reduto rebelde na Síria deixa pelo menos 27 pessoas mortas

O atentado desta segunda-feira (14/10) ocorreu na cidade de Darkush, perto da fronteira com a Turquia, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos

Agência France-Presse
postado em 14/10/2013 10:37
Damasco - Pelo menos 27 pessoas morreram nesta segunda-feira (14/10) em um atentado com carro-bomba em um reduto rebelde da província síria de Idleb, região do noroeste do país em guerra, onde seis funcionários da Cruz Vermelha e um do Crescente Vermelho foram sequestrados no domingo (13/10). Também nesta segunda-feira (14), a Cruz Vermelha anunciou a libertação de três dos seis funcionários, além de um sírio integrante do Crescente Vermelho, que foram sequestrados na véspera.

No ambiente diplomático, a Rússia pediu ao governo dos Estados Unidos que trabalhe para convencer a dividida oposição síria a participar da conferência de paz chamada Genebra-2. Ao mesmo tempo, o secretário de Estado americano, John Kerry, considerou urgente fixar uma data para a conferência, após uma reunião com o emissário internacional Lakhdar Brahimi.

O atentado desta segunda-feira (14) ocorreu na cidade de Darkush, perto da fronteira com a Turquia, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Entre as vítimas estão três crianças e uma mulher, segundo a ONG. O atentado foi em um mercado da cidade. Um vídeo divulgado por fontes da oposição mostra edifícios destruídos e carros em chamas.

[SAIBAMAIS]Na noite de domingo (13), dois carros-bomba explodiram no centro de Damasco, mas não provocaram vítimas. Também na província de Idleb, em sua maioria controlada pelos rebeldes, seis funcionários do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), a maioria de nacionalidade síria, e um integrante do Crescente Vermelho foram sequestrados no domingo.

No entanto, nesta segunda-feira (14) a Cruz Vermelha anunciou a libertação de três dos seus seis funcionários e do sírio que integra o Crescente Vermelho. "Três colegas do CICV e um voluntário sírio do Crescente Vermelho foram libertados e estão sãos e salvos. Estamos esperando informações sobre os outros três colegas (sequestrados)", declarou o porta-voz da organização, Ewan Watson.



Watson não informou quem poderia ser o responsável pelo sequestro e também não divulgou a nacionalidade dos reféns, indicando apenas que eles eram sírios em sua maioria. Antes do anúncio da libertação, a Cruz Vermelha havia reiterado seu desejo de prosseguir com a missão na Síria, apesar do sequestro.

Segurança de funcionários

"Estamos plenamente comprometidos em apoiar o povo sírio neste momento extremamente difícil. Não temos a menor intenção de paralisar nossas atividades na Síria, mas não vamos poder trabalhar e ajudar a população síria sem garantias de segurança para nossos funcionários", declarou Watson em Genebra. A Cruz Vermelha conta com 30 expatriados e 120 funcionários sírios no país e é uma das poucas organizações que trabalha tanto nas zonas controladas pelos rebeldes como nas áreas do regime.

Desde março de 2011, quando teve início o protesto pacífico que virou um conflito em resposta à repressão, 22 colaboradores do Crescente Vermelho morreram no país. A equipe do CICV sequestrada viajou à província de Idleb em 10 outubro para verificar as instalações médicas e conceder ajuda. Os funcionários foram detidos por homens armados no caminho de volta. Os sequestros são relativamente frequentes na Síria. Segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), pelo menos 32 jornalistas estrangeiros ou sírios foram sequestrados ou permanecem desaparecidos.

Ao mesmo tempo, Estados Unidos e Rússia prosseguem com os esforços para convocar em meados de novembro uma conferência de paz, conhecida como Genebra II, que consiga levar à mesa de negociações o regime e a oposição. "O emissário especial (para a Síria) Brahimi está de acordo, como muitos outros, que não há solução militar na Síria", disse Kerry à imprensa. "Acreditamos que é urgente fixar uma data para convocar a conferência para trabalhar por uma nova Síria", acrescentou o secretário de Estado americano.

A Rússia pediu ao governo dos Estados Unidos que faça o possível para convencer a oposição síria a participar nas negociações de paz. "Esperamos que nossos sócios americanos, e de outros países, que têm influência em diferentes grupos da oposição, tenham consciência de sua responsabilidade para contribuir à conferência Genebra 2", disse o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.

O presidente do Conselho Nacional Sírio (CNS), o principal grupo opositor sírio, anunciou no domingo que o partido não participará na conferência de paz Genebra 2 e ameaçou abandonar a coalizão contrária ao regime se esta comparecer ao evento. Mais de 115 mil pessoas morreram desde março de 2011, segundo o OSDH, e milhões de sírios foram obrigados a abandonar suas casas, segundo a ONU.

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