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Capitão do barco do Greenpeace preso na Rússia lamenta a situação

Citado pela agência Ria Novosti, o capitão também declarou ante o tribunal que sofre de problemas cardíacos

Agência France-Presse
postado em 14/10/2013 11:32
Moscou - Peter Willcox, o capitão do "Artic Sunrise", o barco do Greenpeace abordado pelas autoridades russas no dia 19 de setembro no Ártico e cujos 30 tripulantes estão detidos e acusados de pirataria no país, declarou nesta segunda-feira (14/10) que lamenta a situação. ;Se pudesse voltar atrás, ficaria em Nova York. Lamento muito", afirmou o capitão de 60 anos, que cumpre uma pena de prisão preventiva de dois meses junto a seus tripulantes, entre eles a brasileira Ana Paula Maciel.

"Há 40 anos pratico este ofício e jamais houve uma acusação semelhante", declarou Peter Willcox ante um tribunal de Murmansk (noroeste da Rússia), que examina sua apelação. Citado pela agência Ria Novosti, o capitão também declarou ante o tribunal que sofre de problemas cardíacos.

Em 1985, Peter Willcox comandava um barco da organização de defesa do meio ambiente Greenpeace, o "Rainbow Warrior", quando ele foi explodido por agentes secretos franceses no porto de Auckland, na Nova Zelândia, enquanto fazia uma campanha contra os testes nucleares na Polinésia.



[SAIBAMAIS]Esta operação, que deixou um morto, o fotógrafo Fernando Pereira, de 35 anos, provocou um enorme escândalo internacional. Willcox, que está sob prisão preventiva por dois meses, assim como outros membros da tripulação, já foi condenado a pagar uma multa de 20.000 rublos (450 euros) por se negar a obedecer as autoridades.

A tripulação era composta por pessoas provenientes de 18 países diferentes, entre eles Rússia, Estados Unidos, Argentina, França, Brasil, Holanda e Reino Unido, mas apenas a Holanda solicitou publicamente que estas pessoas fossem libertadas.

O "Artic Sunrise" foi abordado e posteriormente rebocado por um comando transportado por helicóptero da guarda-costeira russa no Mar de Barents (Ártico russo) depois que vários de seus tripulantes, a bordo de botes infláveis, se aproximaram de uma plataforma petroleira russa e tentaram escalá-la para, segundo eles, colocar uma bandeira denunciando os riscos ecológicos.

Toda a tripulação do barco - 28 militantes do Greenpeace, 26 deles estrangeiros, e dois jornalistas freelancer - foi acusada de "pirataria em grupo organizado" e pode ser condenada a 15 anos de prisão. Na última quarta-feira, o comitê investigador russo anunciou que estudava novas acusações por crimes agravados contra a tripulação, afirmando que foram apreendidos produtos entorpecentes a bordo do "Artic Sunrise".

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