Agência France-Presse
postado em 15/10/2013 09:24
Genebra - As grandes potências e o Irã retomaram nesta terça-feira (15/10) em Genebra as negociações sobre o controverso programa nuclear iraniano, com o objetivo de impulsionar o diálogo com um mapa do caminho, em um clima de otimismo. A chegada ao poder do novo presidente da República Islâmica do Irã, Hassan Rohani, que multiplicou os gestos de abertura em direção ao Ocidente e, em particular, em direção aos Estados Unidos, renovou as expectativas após anos de um diálogo infrutífero.
[SAIBAMAIS]A delegação iraniana apresentou na manhã desta terça-feira uma proposta, segundo Michael Mann, porta-voz da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, que preside as negociações. "Os iranianos fizeram uma apresentação ;powerpoint; de sua proposta no início de sua reunião, o que levou uma hora", declarou Mann. O porta-voz não forneceu detalhes sobre o conteúdo da proposta, mas indicou que, para a União Europeia (UE), "a bola está no campo iraniano". Desde a eleição de Rohani, há sinais de que Teerã quer se comprometer em negociações, ser mais transparente. A prova seria que façam verdadeiros progressos nestas negociações", afirmou Mann.
As negociações, de dois dias, ocorrem entre diretores políticos das chancelarias ou vice-ministros das Relações Exteriores do Irã e do grupo 5%2b1, formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China), junto à Alemanha. De acordo com as escassas indicações divulgadas pelos iranianos, o objetivo seria chegar a um acordo em menos de um ano, com uma primeira etapa em um ou dois meses. O chanceler iraniano, Mohamad Javad Zarif, já evocou a necessidade de organizar rapidamente uma nova reunião em nível ministerial.
Pela primeira vez, a delegação americana, liderada pela secretária de Estado adjunta em Assuntos Políticos, Wendy Sherman, está acompanhada de responsáveis pelas sanções econômicas contra o Irã, uma política que afeta fortemente a economia do país persa. Especialistas americanos interpretam a presença destas autoridades como um sinal de abertura de Washington. O Ocidente e Israel suspeitam que o Irã tem um objetivo militar por trás de seu programa nuclear civil e temem que o Irã enriqueça urânio a um nível suficiente para fabricar uma bomba atômica.