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Na Síria, atentados e combates deixam 16 soldados mortos

Atentado foi cometido por um homem-bomba da Frente Al Nosra, um grupo jihadista afiliado à Al-Qaeda

Agência France-Presse
postado em 19/10/2013 09:20
Damasco - A periferia de Damasco foi sacudida neste sábado (19/10) por um atentado, no qual morreram 16 soldados, no momento em que o emissário da ONU Lakhdar Brahimi inicia no Egito uma viagem regional para preparar uma conferência de paz. Segundo a agência oficial Sana, na manhã deste sábado um atentado "terrorista" foi cometido na entrada da cidade de Jaramana, perto da capital. A agência indicou 16 civis gravemente feridos.

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De acordo com a organização opositora Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), 16 soldados e 15 insurgentes islamitas morreram no atentado e nos combates que foram registrados em seguida, quando os rebeldes tentaram tomar um posto estratégico situado entre Jaramana, considerada um reduto do regime, e a cidade insurgente de Mleha.

Sequestrados

Segundo essa ONG, que obtém suas informações de uma ampla rede de ativistas e médicos no terreno, o atentado foi cometido por um suicida da Frente Al-Nosra, um grupo jihadista ligado à Al-Qaeda. Em outro episódio, nove peregrinos xiitas libaneses foram libertados na sexta-feira depois de passar mais de um ano em poder dos rebeldes sírios e chegaram à Turquia, anunciou o ministro libanês do Interior, Marwan Sharbel.

Em represália a essa ação, dois pilotos da companhia aérea Turkish Airlines foram sequestrados no dia 9 de agosto em Beirute por um grupo até então desconhecido. O ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, disse na sexta-feira que os dois pilotos poderão ser libertados "em questão de horas o dias".

Brahimi em viagem

Enquanto a guerra já deixou mais de 100.000 mortos em dois anos e meio, a ONU e os Estados Unidos seguem se esforçando para organizar uma conferência internacional de paz, no mês que vem em Genebra. O mediador das Nações Unidas, Lakhdar Brahimi, chegou neste sábado ao Egito, onde se reunirá com o chanceler Nabil Fahmy neste sábado e no domingo com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi. Depois, ele viajará a Damasco e Teerã.

Também para preparar essa conferência, o secretário de Estado americano, John Kerry, participará na terça, em Londres, da reunião dos "Amigos da Síria", o grupo que reúne os países que apoiam a oposição (Estados Unidos, Reino Unido, Turquia, Arábia Saudita e Catar, entre outros). Apesar disso, o encontro promete ser muito complicado, já que a oposição está dividida, e seu principal componente, o Conselho Nacional Sírio (CNS), já disse que não vai negociar com o regime.

O CNS justificou sua postura referindo-se à péssima situação no país. Na periferia de Damasco, em particular, os moradores estão bloqueados pelos combates e bombardeios diários, e sofrem com a escassez de alimentos e medicamentos. A porta-voz do Departamento de Estado americano, Jennifer Psaki, condenou na sexta o assédio que o Exército mantém sobre essas zonas da periferia da capital.

Segundo ela, "há um número sem precedentes de crianças que morrem vítimas de doenças ligadas à desnutrição" a "alguns quilômetros do palácio de Bashar al-Assad". Mais concretamente, explicou, "os habitantes de Muadamiyat (Al-Sham) vivem há quase um ano sem produtos de primeira necessidade". E o fato de o governo impedir também a entrega de ajuda humanitária a milhares de civis é "inadmissível", afirmou.

A comunidade internacional está procurando novamente uma solução diplomática, pouco mais de um mês depois do acordo entre Moscou e Washington sobre o desmantelamento do arsenal químico sírio. Esse acordo foi concluído no momento em que os Estados Unidos ameaçavam atacar alvos do regime, acusado de cometer um ataque com armas químicas perto de Damasco no dia 21 de agosto.

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), encarregada de supervisionar a destruição desse arsenal, disse na sexta que havia verificado 14 das mais de 20 instalações indicadas pelo governo.

Kerry propôs transportar as armas químicas sírias de barco para "fora da região" para destrui-las em condições seguras, mas a Rússia considerou neste sábado que a proposta é "prematura". "Os especialistas estão estudando diferentes opções e meios técnicos de destruir as armas químicas sírias, inclusive fora da Síria", indicou a chancelaria russa. "Como este trabalho ainda não terminou, em nossa opinião, é prematuro falar de um meio específico", acrescentou.

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