Agência France-Presse
postado em 21/10/2013 17:40
Damasco - Diplomatas de países ocidentais e árabes aumentaram nesta segunda-feira (21/10) a pressão sobre a oposição síria, para que supere suas divisões e participe das conversas de paz que deve acontecer dia 23 de novembro, em Genebra.
Apesar da intensa atividade diplomática nesse sentido, o presidente sírio, Bashar al-Assad, declarou nesta segunda que ainda não há condições para negociar a paz no país.
"Não foram definidos prazos e ainda não estão reunidas as condições, se quisermos que (a conferência de paz Genebra-2 por iniciativa de Estados Unidos e Rússia) seja um sucesso" - declarou Assad ao canal Al Mayadeen.
"Quais são as forças que participarão? Quais relações essas forças têm com o povo sírio? Essas forças representam o povo sírio ou os Estados que as inventaram?" - questionou o presidente.
Hoje, o secretário de Estado americano, John Kerry, reuniu-se com representantes da Liga Árabe em Paris, antes de um encontro na terça, em Londres, entre a oposição síria e representantes de 11 países árabes e ocidentais que a apoiam.
Para Kerry, se Assad for reeleito em 2014, a guerra continuará na Síria. "Se ele acha que vai resolver os problemas por ser candidato à reeleição, eu posso dizer o seguinte: acho que é certo que essa guerra não vai acabar enquanto ele estiver onde está", afirmou.
Já os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) pediram hoje à oposição que participe unida e ativamente da conferência de paz de Genebra-2 prevista para o mês que vem.
"A União Europeia pede à oposição que se una e participe ativamente da conferência", declararam os ministros reunidos em Luxemburgo.
A UE "estimula a Coalizão Nacional a assumir um papel de primeiro plano nas negociações", acrescentaram os ministros.
Também nesta segunda a holandesa Sigrid Kaag, coordenadora da missão conjunta da ONU e da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), encarregada de eliminar o arsenal químico sírio, chegou a Damasco, onde supervisionará essa perigosa missão, a primeira da equipe em um país em guerra.
Enquanto os diplomatas multiplicam seus esforços e iniciativas, quatro foguetes lançados da Síria caíram nesta segunda na cidade de Hermel, no leste do Líbano - informou uma fonte dos serviços de segurança, acrescentando que não houve vítimas.
[SAIBAMAIS]Hermel fica ao leste do vale de Bekaa, bastião do poderoso Hezbollah xiita, que apoia o regime do presidente sírio.
Coalizão síria está dividida
A Coalizão anunciou nesta segunda-feira que decidiu adiar para início de novembro a reunião interna prevista para esta semana, na qual se adotaria uma posição sobre a conferência de paz em Genebra.
Em declarações após uma reunião em Bagdá com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, o enviado da Liga Árabe e da ONU, Lakhdar Brahimi, convidou nesta segunda "todos os que têm um interesse e uma influência na situação síria" a participar da conferência de paz.
No domingo, Brahimi advertiu que as negociações de Genebra-2, destinadas a criar um governo de transição e a pôr fim a quase três anos de combates, não podem acontecer sem a presença de uma "oposição crível" ao regime de Assad.
"Existe um acordo para tentar realizar Genebra-2 em novembro, mas a data não foi fixada oficialmente", declarou Brahimi no domingo, depois do encontro com o chefe da Liga Árabe, Nabil al Arabi, no Cairo.
"Esperamos que aconteça em novembro", acrescentou Brahimi, depois de Al Arabi ter comentado que, em princípio, a conferência de paz será no dia 23.
Essa foi a primeira etapa de uma viagem de Brahimi pelo Oriente Médio, destinada a obter apoio para a iniciativa que busca acabar com a dramática situação na Síria. O conflito se arrasta por 31 meses e já deixou mais de 115 mil mortos, levando ao deslocamento de milhões de pessoas.
Depois de visitar o Iraque nesta segunda, ele viajará para Qatar, Turquia, Irã, Síria e Genebra, onde se reunirá com representantes russos e americanos.
A oposição quer que a renúncia do presidente Assad faça parte de qualquer acordo, enquanto o governo insiste em que essa possibilidade não está sobre a mesa.
A Coalizão Nacional anunciou que seus membros vão decidir, nos próximos dias, se participam das discussões de Genebra, enquanto o Conselho Nacional Sírio, um integrante-chave do bloco, ameaçou se retirar se isso acontecer.
Mesmo se a Coalizão Nacional participar da reunião de Genebra, não se sabe se será capaz de aplicar um acordo, depois que inúmeras brigadas rebeldes rejeitaram essa organização nas últimas semanas.
Enquanto isso, os guerrilheiros sírios aumentaram seus ataques, lançando no fim de semana um ataque contra um posto de controle em Damasco e um atentado suicida com caminhão-bomba na cidade de Hama (centro), controlada pelo regime. A organização de oposição Observatório Sírio de Direitos Humanos afirmou que 43 pessoas - 32 civis e tropas do regime - morreram nesses dois ataques.
Apesar da intensa atividade diplomática nesse sentido, o presidente sírio, Bashar al-Assad, declarou nesta segunda que ainda não há condições para negociar a paz no país.
"Não foram definidos prazos e ainda não estão reunidas as condições, se quisermos que (a conferência de paz Genebra-2 por iniciativa de Estados Unidos e Rússia) seja um sucesso" - declarou Assad ao canal Al Mayadeen.
"Quais são as forças que participarão? Quais relações essas forças têm com o povo sírio? Essas forças representam o povo sírio ou os Estados que as inventaram?" - questionou o presidente.
Hoje, o secretário de Estado americano, John Kerry, reuniu-se com representantes da Liga Árabe em Paris, antes de um encontro na terça, em Londres, entre a oposição síria e representantes de 11 países árabes e ocidentais que a apoiam.
Para Kerry, se Assad for reeleito em 2014, a guerra continuará na Síria. "Se ele acha que vai resolver os problemas por ser candidato à reeleição, eu posso dizer o seguinte: acho que é certo que essa guerra não vai acabar enquanto ele estiver onde está", afirmou.
Já os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) pediram hoje à oposição que participe unida e ativamente da conferência de paz de Genebra-2 prevista para o mês que vem.
"A União Europeia pede à oposição que se una e participe ativamente da conferência", declararam os ministros reunidos em Luxemburgo.
A UE "estimula a Coalizão Nacional a assumir um papel de primeiro plano nas negociações", acrescentaram os ministros.
Também nesta segunda a holandesa Sigrid Kaag, coordenadora da missão conjunta da ONU e da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), encarregada de eliminar o arsenal químico sírio, chegou a Damasco, onde supervisionará essa perigosa missão, a primeira da equipe em um país em guerra.
Enquanto os diplomatas multiplicam seus esforços e iniciativas, quatro foguetes lançados da Síria caíram nesta segunda na cidade de Hermel, no leste do Líbano - informou uma fonte dos serviços de segurança, acrescentando que não houve vítimas.
[SAIBAMAIS]Hermel fica ao leste do vale de Bekaa, bastião do poderoso Hezbollah xiita, que apoia o regime do presidente sírio.
Coalizão síria está dividida
A Coalizão anunciou nesta segunda-feira que decidiu adiar para início de novembro a reunião interna prevista para esta semana, na qual se adotaria uma posição sobre a conferência de paz em Genebra.
Em declarações após uma reunião em Bagdá com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, o enviado da Liga Árabe e da ONU, Lakhdar Brahimi, convidou nesta segunda "todos os que têm um interesse e uma influência na situação síria" a participar da conferência de paz.
No domingo, Brahimi advertiu que as negociações de Genebra-2, destinadas a criar um governo de transição e a pôr fim a quase três anos de combates, não podem acontecer sem a presença de uma "oposição crível" ao regime de Assad.
"Existe um acordo para tentar realizar Genebra-2 em novembro, mas a data não foi fixada oficialmente", declarou Brahimi no domingo, depois do encontro com o chefe da Liga Árabe, Nabil al Arabi, no Cairo.
"Esperamos que aconteça em novembro", acrescentou Brahimi, depois de Al Arabi ter comentado que, em princípio, a conferência de paz será no dia 23.
Essa foi a primeira etapa de uma viagem de Brahimi pelo Oriente Médio, destinada a obter apoio para a iniciativa que busca acabar com a dramática situação na Síria. O conflito se arrasta por 31 meses e já deixou mais de 115 mil mortos, levando ao deslocamento de milhões de pessoas.
Depois de visitar o Iraque nesta segunda, ele viajará para Qatar, Turquia, Irã, Síria e Genebra, onde se reunirá com representantes russos e americanos.
A oposição quer que a renúncia do presidente Assad faça parte de qualquer acordo, enquanto o governo insiste em que essa possibilidade não está sobre a mesa.
A Coalizão Nacional anunciou que seus membros vão decidir, nos próximos dias, se participam das discussões de Genebra, enquanto o Conselho Nacional Sírio, um integrante-chave do bloco, ameaçou se retirar se isso acontecer.
Mesmo se a Coalizão Nacional participar da reunião de Genebra, não se sabe se será capaz de aplicar um acordo, depois que inúmeras brigadas rebeldes rejeitaram essa organização nas últimas semanas.
Enquanto isso, os guerrilheiros sírios aumentaram seus ataques, lançando no fim de semana um ataque contra um posto de controle em Damasco e um atentado suicida com caminhão-bomba na cidade de Hama (centro), controlada pelo regime. A organização de oposição Observatório Sírio de Direitos Humanos afirmou que 43 pessoas - 32 civis e tropas do regime - morreram nesses dois ataques.