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Greenwald: 'todos os países da América Latina foram espionados'

Agência France-Presse
postado em 21/10/2013 23:09
Miami - O jornalista Glenn Greenwald, que denunciou a espionagem eletrônica dos Estados Unidos, disse nesta segunda-feira à SIP que "todos os países da América Latina foram alvo de espionagem".

"Todos os países da América Latina foram objeto de espionagem por parte do governo dos Estados Unidos", disse Greenwald do Brasil aos membros da 69; Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que se realiza em Denver, Colorado.

Greenwald, jornalista americano que mora no Brasil, abandonou na semana passada o jornal britânico The Guardian, que publicou as primeiras revelações do ex-consultor da Agência Nacional de Segurança (NSA) Edward Snowden sobre um amplo programa de monitoramento de e-mails e telefones celulares.

O jornalista afirmou que fará mais revelações sobre a espionagem americana e esclareceu que as informações divulgadas nesta segunda-feira, na França, pelo Le Monde, "estavam sendo negociadas há tempo com este jornal".

"Como e quando publicam é uma decisão do jornal", disse Greenwald ao ser consultado sobre a coincidência das revelações de espionagem dos EUA na França com a visita do secretário americano de Estado, John Kerry, a Paris.

Segundo o Le Monde, a NS realizou 70,3 milhões de gravações de dados telefônicos de franceses em um período de 30 dias entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013.

O presidente francês, François Hollande, manifestou sua "profunda reprovação" envolvendo a espionagem sobre dezenas de milhões de telefonemas de cidadãos franceses, uma "prática inaceitável" entre aliados e amigos.

Sobre a América Latina, Greenwald revelou que "várias conferências latino-americanas", incluindo da Organização dos Estados Americanos (OEA) e "conversações sobre tratados de livre comércio" da região foram espionadas.

Greenwald destacou que os documentos da NSA vazados por Snowden "estão guardados em diferentes partes do mundo" e afirmou que "revelar esta informação é do interesse público".

O jornalista afirmou que "seguirá lutando pela liberdade de imprensa" e destacou que se sente "muito seguro no Brasil, onde tenho recebido o apoio que preciso".

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