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Austrália adota medidas desesperadas para evitar 'megaincêndio'

Milhares de bombeiros combatem as chamas ao longo de 1.600 km no estado de Nova Gales do Sul, que se tornaram ainda mais graves com os fortes ventos e o calor intenso

Lithgow - Os bombeiros uniram deliberadamente dois grandes incêndios nesta terça-feira (22/10) no Sudeste da Austrália para tentar controlar o avanço das chamas antes do aumento da temperatura, que, segundo as autoridades, será mais grave do que o imaginado. Equipes integradas em sua maior parte por voluntários trabalhavam sem descanso em áreas densamente arborizadas ao oeste de Sydney para tentar evitar que as chamas criassem um "megaincêndio" fora de controle, que poderia avançar até um terceiro foco a poucos quilômetros.



A decisão de unir os incêndios perto de Lithgow e do Monte Victoria, nas Montanhas Azuis, pretende privá-los do combustível que teria permitido a transformação dos focos em um "megaincêndio" temido pelas autoridades. Os bombeiros tiveram "êxitos extraordinários", disse Fitzsimmons, antes de advertir que "ainda resta muito por fazer".


Além das chamas na região de Sydney, amplas áreas do estado correm grande risco. Os incêndios fora de controle são comuns durante os meses de verão na Austrália, de dezembro a fevereiro. Mas um inverno excepcionalmente seco e quente, assim como temperaturas sem precedentes na primavera, anteciparam a temporada de incêndios de 2013-2014.

Enquanto aumenta a polêmica na Austrália sobre uma eventual relação entre os grandes incêndios e o aquecimento global, a secretária executiva da Convenção sobre Mudanças Climático da ONU, Christiana Figueres, afirmou que as chamas fora de controle estão "totalmente relacionadas com o aquecimento global e as ondas de calor cada vez mais intensas".

Figueres afirmou que a decisão do novo primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, de revogar um imposto sobre a emissão de gás carbônico, criado pelo governo anterior, terá um preço elevado. "Realmente estamos pagando o preço do carbono. Estamos pagando o preço com incêndios fora de controle, estamos pagando o preço com secas", completou.