Agência France-Presse
postado em 22/10/2013 14:43
Cairo - Quatro policiais egípcios serão julgados pela morte de 37 prisioneiros islamitas asfixiados por bombas de gás lacrimogêneo em agosto em um furgão da polícia, informou nesta terça-feira (22/10) a agência oficial de notícias Mena.É a primeira vez que a justiça anuncia ações contra policiais desde o início da sangrenta repressão contra os integrantes da Irmandade Muçulmana após a deposição do presidente Mohamed Morsy, pertencente ao movimento, no dia 3 de julho pelo exército. Até o momento, não foi informada uma data para este julgamento.
Os 37 detidos estavam em um comboio que transportava mais de 600 prisioneiros islamitas para a prisão de Abu Zaabal, perto do Cairo, no dia 18 de agosto, no auge da repressão contra os partidários de Morsy.
A polícia falou de uma tentativa de fuga que acabou mal, enquanto o grupo de Morsy denunciou assassinatos. O Ministério do Interior acusou os detidos de terem tomado um policial como refém no interior do furgão, o que levou seus companheiros a jogarem bombas de gás lacrimogêneo.
A morte dessas 37 pessoas, quatro dias depois da violenta dispersão de duas concentrações de milhares de pró-Morsy no Cairo, provocou uma onda de condenações internacionais e alarmou defensores de direitos humanos.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exigiu uma investigação completa e as novas autoridades egípcias, empossada pelo Exército, prometeram uma investigação exaustiva.
A violenta repressão lançada após a deposição do primeiro presidente democraticamente eleito do Egito deixou mais de mil mortos, em sua maioria manifestantes islamitas. Além disso, mais de 2.000 islamitas foram detidos, em sua maioria líderes da Irmandade Muçulmana.