Agência France-Presse
postado em 22/10/2013 20:01
Londres - Após uma reunião com líderes da oposição síria em Londres, nesta terça-feira (22/10), os representantes dos 11 países ocidentais e árabes presentes insistiram em que o presidente Bashar al-Assad não pode fazer parte de qualquer governo futuro em Damasco.Sobre esse ponto, há uma "aprovação geral" - anunciou o ministro britânico das Relações Exteriores e anfitrião do encontro, William Hague, em uma entrevista coletiva depois da reunião do chamado grupo "Amigos da Síria" com representantes da oposição síria.
O ministro destacou que se acordou "estabelecer por consenso mútuo um governo de transição com poderes executivos". "Por consenso mútuo, quer dizer que é concebível apenas com o consentimento da coalizão nacional síria, de modo que Assad não desempenhará qualquer papel no futuro governo sírio", esclareceu Hague.
O ministro destacou ainda que "não pode haver uma solução política e pacífica na Síria sem a participação da oposição moderada".
No comunicado final, esse grupo de países simpatizantes da oposição a Assad declarou que nem o presidente sírio nem "seus colaboradores próximos com sangue nas mãos terão papel algum a desempenhar na Síria". O texto ressalta que "terão de prestar contas pelos atos cometidos durante esse conflito".
Os "Amigos da Síria" continuam tentando superar os obstáculos para a realização da conferência de paz Genebra-2, em novembro, boicotada por uma parte da oposição e considerada "prematura" pelo presidente Assad.
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Além de Hague, participaram do encontro o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e os chanceleres de França, Egito, Alemanha, Itália, Jordânia, Catar, Arábia Saudita, Turquia e Emirados Árabes Unidos.
Kerry afirmou que Assad "perdeu toda legitimidade", mas pediu que a oposição compareça à Genebra. Segundo ele, a Síria corre o risco de "implosão", se a guerra civil deflagrada em 2011 continuar. A única alternativa à conferência, disse Kerry, é "continuar, ou aumentar a matança".
Já o líder da Coalizão Nacional síria, Ahmad Jarba, foi firme em suas condições. "Não haverá negociações, em absoluto, se não garantirmos que, nessa reunião, Genebra-2, será estabelecido um período de transição e que Assad renuncie", disse Jarba em árabe.
Ele também rejeitou a sugestão do ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, de que o Irã desempenhe um papel na resolução do conflito.