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Bombeiros avançam no combate a gigantescos incêndios na Austrália

Pelo menos 71 focos seguem ativos, 29 deles fora de controle, no sétimo dia dos incêndios no estado de Nova Gales do Sul

Agência France-Presse
postado em 23/10/2013 13:18
Monte Victoria - Os bombeiros australianos progrediam nesta quarta-feira (23/10) no combate aos gigantescos incêndios florestais que afetam o sudeste do país há uma semana, apesar dos fortes ventos e da temperatura elevada, um coquetel explosivo. Pelo menos 71 focos seguem ativos, 29 deles fora de controle, no sétimo dia dos incêndios no estado de Nova Gales do Sul.

Corpo de Bombeiros tentam apagar pequeno incêndio que se aproxima de casas perto do Blue Mountains, no subúrbio de Blackheath
Um deles, que alcança 300 km ao redor da localidade de Lithgow, foi provocado por militares que realizavam exercícios com explosivos em 16 de outubro. "Uma investigação concluiu que o fogo foi provocado por uma explosão de aparelhos durante treinamentos", declarou uma fonte do corpo de bombeiros. O ministério da Defesa se recusou a fazer comentários.

Nova Gales do Sul, o estado de Sydney, enfrenta uma situação de emergência sem precedentes em quase 50 anos, provocada pela seca intensa e por temperaturas acima do esperado. O comandante dos bombeiros, Shane Fitzsimmons, declarou que não ficará tranquilo até que os incêndios estejam controlados.

Os esforços se concentram na região das Montanhas Azuis, uma área turística que fica pouco mais de 100 quilômetros ao oeste de Sydney, com população de 75 mil pessoas. A situação na área pode ser considerado um pouco melhor, segundo Fitzsimmons. Os moradores da região que haviam abandonado suas casas podem retornar, pois o risco desapareceu, segundo o chefe dos bombeiros.

Para controlar as chamas e evitar o avanço até as áreas habitadas, os bombeiros decidiram unir alguns incêndios, uma tática que permite suprimir o combustível que alimenta os incêndios. Apesar da situação um pouco melhor ao oeste de Sydney, outros focos foram registrados ao norte da cidade, um deles em em Minmi, perto de Newcastle, o que provocou o fechamento da estrada que liga Sydney a Newcastle.



[SAIBAMAIS]"Se estão em Minmi, apliquem o plano de sobrevivência. Se planejam fugir, façam isto agora", afirmaram as autoridades da região. Outro incêndio foi registrado ao noroeste de Sydney, a maior cidade do país, mas os ventos complicavam o trabalho dos bombeiros. "É uma situação que muda constantemente", destacou Fitzsimmons.

As chamas devastaram mais de 124 mil hectares e destruíram mais de 200 casas em Nova Gales do Sul. Apenas uma pessoa morreu até o momento. Seguindo as recomendações das autoridades, os moradores das áreas afetadas abandonaram suas casas e seguiram para centros desabrigados. "As condições meteorológicas são as piores que poderíamos esperar", disse o comandante dos bombeiros.

A temperatura se aproxima dos 35 graus, com baixa umidade e ventos de até 100 km/h. "Estamos combatendo um perímetro de chamas de 1.600 quilômetros. Os incêndios estão todos ativos, alguns mais violentos que outros", explicou Fitzsimmons. Os incêndios florestais são comuns durante os meses de verão na Austrália, de dezembro a fevereiro. Mas um inverno excepcionalmente seco e quente, assim como temperaturas sem precedentes na primavera, anteciparam a temporada de incêndios de 2013-2014.

Os 70 mil bombeiros voluntários do país são a coluna vertebral do combate às chamas. Entre eles está o novo primeiro-ministro Tony Abbott, voluntário há 10 anos. A lei obriga as empresas a liberar os funcionários em caso de necessidade. Para o conservador Abbot, os incêndios são parte da vida na Austrália e não estão relacionados com o aquecimento global.

"A mudança climática é real, mas estes incêndios fazem parte da vida na Austrália", declarou o premier à rádio 3AW. A afirmação foi uma resposta às declarações da secretária executiva da Convenção sobre Mudanças Climático da ONU, Christiana Figueres, afirmou que as chamas fora de controle estão "totalmente relacionadas com o aquecimento global e as ondas de calor cada vez mais intensas".

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