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Nawaz Sharif pede a Obama fim dos ataques com drones no Paquistão

Falando ao lado de Obama no Salão Oval da Casa Branca, Sharif disse que "tratou do tema dos drones na reunião, enfatizando a necessidade de acabar com estes ataques"

O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, pediu nesta quarta-feira (23/10) ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que acabe com os ataques com drones (aviões não tripulados) contra grupos islâmicos no Paquistão, que têm causado numerosas vítimas civis.

Falando ao lado de Obama no Salão Oval da Casa Branca, Sharif disse que "tratou do tema dos drones na reunião, enfatizando a necessidade de acabar com estes ataques".

Obama não mencionou os drones ao falar com os jornalistas, mas no comunicado conjunto os dois líderes destacaram que a relação bilateral está "baseada em princípios de respeito à soberania e à integridade territorial".

Desde 2004, entre 2.000 e 4.700 pessoas, incluindo centenas de civis, morreram em mais de 300 ataques com drones americanos no noroeste do Paquistão, o principal reduto dos talibãs e de outros grupos ligados à Al-Qaeda.

A Anistia Internacional pediu na terça-feira aos Estados Unidos que divulguem as informações sobre esses ataques, para saber se estão em conformidade com o direito internacional.

O presidente americano também tratou de tranquilizar o Paquistão sobre as perspectivas no Afeganistão, de onde as forças de combate dos Estados Unidos planejam se retirar no próximo ano.

Obama se disse "confiante" de que a solução "boa para o Afeganistão também ajudará o Paquistão a longo prazo".



Obama reconheceu os sacrifícios que o extremismo exige do Paquistão, onde cerca de 40 mil pessoas morreram em diversos ataques durante a última década.

"Sei que o primeiro-ministro está muito comprometido em tratar de reduzir a incidência do terrorismo no Paquistão", e que também quer deter sua exportação, afirmou o presidente americano.

O departamento de Estado anunciou na terça-feira que entregará 1,6 bilhão de dólares ao Paquistão, após uma redução da ajuda nos últimos anos devido a um esfriamento nas relações bilaterais.

O governo de Obama notificou o Congresso que entregará verbas já previstas em orçamentos anteriores, incluindo o do ano fiscal de 2012.

O grosso da ajuda, de 1,380 bilhão de dólares, será destinado à assistência militar, e 260,5 milhões a programas civis.