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Islamitas egípcios convocam manifestação no dia do julgamento de Morsy

Morsy, mantido em isolamento desde o golpe militar em 3 de julho, deve se apresentar ao tribunal do Cairo para responder por "incitação ao assassinato" de manifestantes

Agência France-Presse
postado em 24/10/2013 13:30
Cairo - Uma coalizão islâmica convocou nesta quinta-feira (24/10) uma manifestação para o dia 4 de novembro, na abertura do julgamento do presidente egípcio deposto Mohamed Morsy, levantando temores de uma nova onda de violência. Morsy, mantido em isolamento desde o golpe militar em 3 de julho, e outras 14 pessoas, deve se apresentar ao tribunal do Cairo para responder por "incitação ao assassinato" de manifestantes.

[SAIBAMAIS]A Aliança anti-Golpe de Estado, coalizão pró-Morsy liderada pela Irmandade Muçulmana, "observa que os organizadores do golpe tentam quebrar a vontade do povo e da revolução" julgando Morsy, segundo um comunicado. A aliança convoca "todas as pessoas livres no Egito e em outros lugares a apoiar a vontade revolucionária contra o golpe militar", acrescentando que todas as ações devem ser, "como sempre foram, nos limites pacíficos que definem a nossa abordagem e a nossa estratégia". O presidente deposto será julgado pela morte de sete pessoas em dezembro de 2012 em confrontos entre manifestantes pró e anti-Morsy, ocorrido após a dispersão de um protesto da oposição.



A Irmandade Muçulmana havia indicado que a maioria das vítimas eram islamitas, uma afirmação contestada pela oposição. O julgamento levanta temores de novos episódios de violência entre as forças de segurança e partidários de Morsy. Em 6 de outubro, pelo menos 57 pessoas foram mortas, a maioria no Cairo, durante confrontos entre as duas forças. Este é o maior número de mortos desde a semana de repressão sangrenta, que começou no dia 14 de agosto, quando soldados e policiais dispersaram violentamente duas manifestações pró-Morsy no Cairo. Desde então, os militares e a polícia mataram mais de mil manifestantes pró-Morsy, prenderam mais de 2.000 membros da Irmandade Muçulmana, a quase totalidade de seus líderes, proibindo suas atividades e congelando seus bens

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