Agência France-Presse
postado em 24/10/2013 17:07
A líder da oposição de Mianmar, Aung San Suu Kyi, disse nesta quinta-feira (24/10) em Belfast que o processo de paz na Irlanda do Norte pode ajudar na conciliação em seu país."A principal razão pela qual eu vim para a Irlanda do Norte foi compreender como vocês foram capazes de negociar um processo de paz, apesar de todas as dificuldades", declarou a Prêmio Nobel da Paz no Wellington College de Belfast.
Confrontos entre católicos e protestantes deixaram 3.500 mortos em 30 anos nesta província britânica antes de os acordos de paz serem assinados em 1998. Eles levaram à partilha do poder entre as duas partes na província semi-autônoma desde 2007, com um governo biconfessional.
"Isto é muito útil, acredito que o que nós aprendemos aqui nos ajudará muito", ressaltou.
Aung San Suu Kyi, que passou quase 15 anos em prisão domiciliar em Yangun, capital de seu país, antes de ser libertada após as polêmicas eleições de novembro de 2010, considerou que as divisões na Irlanda do Norte são mais profundas do que as de Mianmar.
No entanto, ela afirmou que os problemas de seu país são mais complexos por causa dos muitos grupos étnicos diferentes e da dificuldade de integração das políticas civis e militares.
Na quarta-feira, ela se reuniu com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, que prometeu pressionar a comunidade internacional para exigir do regime birmanês uma mudança na Constituição.
A Constituição é um grande obstáculo à ambição da Prêmio Nobel de se tornar presidente, já que proíbe um birmanês casado com um estrangeiro ou com filhos estrangeiros de ocupar o mais alto cargo da nação. Aung San Suu Kyi foi casada com um britânico, já falecido, com quem teve dois filhos.
Eleita deputada em 2012, ela realiza um giro pela Europa e faz sua segunda visita ao Reino Unido.