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Linha de trem que descarrilou na Argentina passa ao controle do Estado

A primeira medida de segurança é o retorno do controle estatal sobre a linha, com a rescisão do contrato com a Unidade de Gestão Operativa Mitre Sarmiento

postado em 25/10/2013 14:19
O governo argentino formalizou nesta sexta-feira (25/10) a decisão de devolver ao Estado o controle sobre a Linha Férrea Sarmiento, em Buenos Aires, onde um trem descarrilou no último sábado (19/10) e deixou 80 pessoas feridas. O ministro do Interior e do Transporte da Argentina, Florencio Randazzo, havia anunciado anteontem (23/10) que medidas de segurança seriam tomadas pelo governo para evitar acidentes como o da última semana. Essas medidas entram em vigor por meio de duas resoluções publicadas nesta sexta-feira no Boletim Oficial argentino.

A primeira medida de segurança é o retorno do controle estatal sobre a linha, com a rescisão do contrato com a Unidade de Gestão Operativa Mitre Sarmiento (Ugoms, na sigla em espanhol). De acordo com a resolução do ministério, a empresa não cumpriu seu dever ao permitir que a prática do condutor Julio Benítez tenha levado ao acidente, informa o texto. Na publicação, o ministério determina que a Ugoms tome as medidas necessárias para rescindir o contrato de prestação de serviço e faça um inventário dos bens envolvidos no acidente.

A segunda medida define que a Operadora Ferroviária Sociedade do Estado, da administração pública, providencie a redução da velocidade dos trens da Linha Sarmiento a 5 quilômetros por hora (km/h) 20 metros antes de chegar à ponta da plataforma da estação de destino, mantendo esse patamar até a parada total do trem. Outro ponto incluído nessa resolução é a capacitação dos condutores, que, a partir de agora, terão de fazer exames físicos e psicológicos conduzidos pela Aeronáutica do país, com o objetivo de garantir que os testes tenham o mesmo nível de rigor exigido dos pilotos são submetidos.



Nesta semana, foi anunciado pela Justiça argentina que os arquivos do disco rígido com as imagens da cabine do trem não poderão ser reparadas. Por meio dessas imagens, as autoridades pretendiam averiguar o que ocorreu no momento do acidente ; especialmente em relação ao que foi feito pelo condutor. Em depoimento à Justiça, Benítez disse que só lembra de flashes do acidente.

No domingo (20/10), o juiz federal responsável pelo caso, Ariel Lijo, analisou as imagens de uma câmera colocada em outra parte do trem e constatou que a composição estava acima da velocidade permitida em diversos setores da rota. Fontes ouvidas pelas autoridades também informaram que os freios foram usados diversas vezes. O condutor será acusado de dano intencional.

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