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Paquistão pede na Organização das Nações Unidas fim de ataques de drones

Agência France-Presse
postado em 25/10/2013 21:38
Nações Unidas - O Paquistão renovou, nesta sexta-feira, seu pedido na ONU pelo fim dos ataques a seu território de aviões não tripulados ("drones") americanos.

Nessa mesma sessão, dois especialistas das Nações Unidas fizeram um apelo à organização por mais transparência no uso desses equipamentos. "No Paquistão, todos os ataques de ;drones; são um assustador lembrete de que ataques de represália por parte de terroristas estão na esquina", declarou o embaixador do Paquistão na ONU, Masood Khan, na Assembleia Geral.

Depois de um telefonema do primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, ao presidente americano, Barack Obama, na quarta-feira, Khan afirmou que os civis têm sofrido mortes "desumanas", e que os ataques "radicalizaram" a opinião pública em seu país. "Pedimos o fim imediato dos ataques de ;drones; dentro das fronteiras territoriais do Paquistão", afirmou Khan.

"Esperamos que os Estados Unidos respondam a esse urgente apelo do Paquistão, ancorado no Direito Humanitário Internacional", acrescentou. Obama se recusou a comentar os ataques de "drones" americanos depois da conversa com Sharif, na quarta-feira.

Um diplomata americano presente na sessão da ONU destacou um discurso feito por Obama em maio passado, no qual o presidente afirmou que os ataques de aviões não tripulados contra a Al-Qaeda e os talibãs são "necessários, legais e justos". A mesma fonte disse ainda que o governo americano está dando "particular atenção" ao informe do relator especial da ONU para Contra-Terrorismo e Direitos Humanos, Ben Emmerson.

No encontro da ONU, Emmerson instou os EUA e outros países que também recorrem a esses aviões não tripulados que divulguem as justificativas para seu uso, assim como "os dados sobre o nível de vítimas civis causadas pelo uso dos ;drones;". Em seu relatório, Emmerson informa que, segundo o Paquistão, 400 das 2.200 vítimas dos ataques de "drones" na última década eram civis.

Já o relator especial da ONU para Execuções Arbitrárias e Extrajudiciais, Christof Heyns, afirmou que os "drones" não são "intrinsecamente armas ilegais". Ele acrescentou, contudo, que é preciso haver uma atenção maior aos "drones" diante da disseminação de seu uso. "Um mundo, no qual múltiplos Estados usam essas armas em sigilo, é um mundo menos seguro", disse Heyns na sessão.

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