Agência France-Presse
postado em 26/10/2013 11:12
Belgrado - Jovanka Broz, viúva do falecido líder iugoslavo Josip Broz Tito e último símbolo da Iugoslávia comunista, foi sepultada neste sábado (26/10) no mausoléu do marido, em Belgrado, com honras de Estado. De acordo com seu último desejo, Jovanka Broz, que faleceu no domingo passado aos 88 anos vítima de uma parada cardíaca, foi enterrada ao lado de Tito na "Casa das Flores", o mausoléu em que Tito repousa desde 1980.O enterro não teve cerimônia religiosa e aconteceu diante de 4.000 pessoas. Uma guarda militar disparou uma salva de honra. Em uma breve oração fúnebre, o primeiro-ministro sérvio, Ivica Dacic, disse "adeus a Jovanka Broz, a primeira-dama da Iugoslávia", "nosso orgulho", "uma mulher contra a qual cometemos pecados". Entre a multidão, alguns gritavam vivas à extinta Iugoslávia.
Nascida em 7 de dezembro de 1924, foi Jovanka foi internada na semana passada em estado crítico devido a um início de septicemia provocado por escaras não tratadas, informaram as fontes. Jovanka viveu uma época de glória depois de casar-se com Tito após a Segunda Guerra Mundial. Procedente de uma família de camponeses, Jovanka uniu-se com 17 anos, durante a Segunda Guerra Mundial, à resistência comunista iugoslava dirigida por Tito, na qual ganhou patente de capitão. Em 1948 foi contratada como secretária do gabinete de Tito.
A data do casamento dos dois não é conhecida com exatidão, como acontece com muitos detalhes da vida privada do ex-dirigente iugoslavo. Algumas biografias de Tito dizem que aconteceu em 1952. Jovanka Broz virou modelo de elegância em um país empobrecido pela guerra, e chegou a conhecer e se relacionar com Elizabeth Taylor, Richard Burton e outras estrelas do cinema internacional que rodavam filmes na Iugoslávia dos anos 60.
Quando Tito deixou de aparecer em público devido a uma doença no final dos anos 70, seus colaboradores se voltaram contra ela e a confinaram em prisão domiciliar, privando-a de seus documentos de identidade. Broz não teria visto seu marido durante os últimos três anos de sua vida. Sua última aparição em público foi durante o funeral oficial de Tito, que morreu em maio de 1980 depois de ter dirigido durante 35 anos a república federal socialista.
Broz iniciou em 1983, junto a outros herdeiros de Tito, um processo pela herança de seu patrimônio, cujo valor nunca foi revelado. Morreu sem ver o fim do processo. Depois de ter passado 30 anos isolada e em condições precárias, as autoridades sérvias devolveram seus documentos de identidade em junho de 2009 e concederam uma aposentadoria.