Esta é a segunda reunião deste tipo entre a AIEA e a equipe do presidente iraniana Hassan Rohani. Os países ocidentais pedem ao Irã que facilite à agência a vigilância de suas atividades nucleares, enquanto que a República Islâmica desmente categoricamente estar interessada em dotar-se de armas atômicas. O Irã assegura que desenvolve um programa nuclear totalmente pacífico e que quer enriquecer urânio com fins civis. A AIEA, que investiga esta questão há mais de uma década, deseja "resolver as pendências" e tem dificuldades de excluir uma dimensão militar do programa devido a falta de cooperação do regime islâmico, segundo ela.
[SAIBAMAIS] Mas em Viena, o Irã propôs medidas concretas para favorecer as relações. A AIEA percebeu "uma contribuição construtiva para reforçar a cooperação e o diálogo em vista de uma futura resolução de todas as questões pendentes", de acordo com a declaração conjunta. O tom das negociações entre a agência e a República Islâmica mudou com a chegada ao poder em Teerã em agosto do presidente moderado Hassan Rohani e de uma nova equipe diplomática. E a última reunião em Viena prova que o Irã tem se esforçado para diminuir as preocupações da comunidade internacional quanto ao seu programa nuclear.
Novo capítulo
"Acredito que, com a apresentação desta nova proposta, poderíamos abrir um novo capítulo de cooperação" entre o Irã e a AIEA, afirmou Najafi após a reunião desta terça. "O objetivo final é a resolução de todas as questões pendentes", acrescentou. Um dia antes, o negociador-chefe iraniano e o vice-ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, se reuniram com o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, e avançaram na mesma direção: "Estamos convencidos de que é hora de uma nova abordagem para resolver os problemas entre o Irã e a AIEA ". No final de setembro, Hassan Rohani telefonou para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o primeiro contato direto desde a Revolução Islâmica de 1979. Além disso, os líderes da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif, e americana, John Kerry, reuniram-se durante a última Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, no final de setembro.
Esta é a 12; reunião entre a AIEA e o Irã. As primeiras dez reuniões, entre o início de 2012 e maio de 2013, não registraram progressos significativos, enquanto a última, em 27 de setembro, foi considerada "muito construtiva" pela agência. O avanço nas negociações com a agência da ONU parece indispensável para que Teerã consiga a retirada das sanções internacionais que afetam duramente a vida econômica e social do país.
Outra reunião entre especialistas iranianos e das potências do grupo "5 %2b1" (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha - mais a Alemanha) está marcada para quarta e quinta-feira. As negociações em Viena programadas para esta semana devem ajudar a preparar a reunião em Genebra entre o "5 %2b1" e o Irã, prevista para 7 e 8 de novembro.