Roma - O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, convocou uma reunião para a próxima quinta-feira (31/10), com as principais autoridades do país para se informar mais sobre as escutas telefônicas realizadas pelos Estados Unidos.
O Comitê Interministerial para a Segurança da República (CISR) reunirá em torno de Letta os ministros das Relações Exteriores, Defesa, Interior, Justiça e Economia, assim como o diretor do DIS, o departamento presidencial encarregado de coordenar os serviços de inteligência interna e externa.
"É evidente que existe um problema que afeta os serviços secretos americanos e sua relação com a Europa. Os serviços secretos não podem ser uma floresta, em que se permite tudo, e não é verdade que o fim justifique os meios", disse nesta terça o secretário de Estado para os Serviços Secretos italianos, Marco Minniti.
O site Cryptome afirmou que 46 milhões de conversas telefônicas foram interceptadas na Itália em apenas um mês entre 2012 e 2013. A informação foi desmentida pelos serviços secretos italianos.
Segundo a Inteligência italiana, "não há prova alguma" dessa atividade. As autoridades disseram ainda que é preciso distinguir entre "espionagem, que é uma ação hostil", e "controle, que é uma análise ordinária dos fluxos de dados".
"Posso garantir o comportamento correto, a lealdade e a função positiva dos serviços secretos italianos", acrescentou Minniti. "Quando falamos da segurança nas comunicações, nós nos referimos ao que acontece no território nacional. No que diz respeito às comunicações de e para outros países, é difícil garantir alguma coisa", completou.
Na semana passada, Minniti declarou ao Comitê de Controle Parlamentar dos Serviços Secretos (Copasir) que havia "uma certeza razoável" de que as escutas americanas não tinham violado a vida privada dos cidadãos italianos. De acordo com o diretor do DIS, Giampiero Massolo, citado por um membro do Copasir, Roma apoia plenamente a iniciativa europeia que pede a Washington que se comprometa com "um código de boa conduta".