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Emissário para a Síria se reúne com presidente Assad em Damasco

O emissário internacional também se encontrou com o embaixador iraniano em Damasco, Mohamad Reza Sheibani, que declarou à imprensa que "apoia os esforços de Brahimi"

Agência France-Presse
postado em 30/10/2013 11:17
Lakhdar Brahimi conversou com Assad e eo mbaixador iraniano em DamascoDamasco - O emissário internacional Lakhdar Brahimi se reuniu brevemente nesta quarta-feira (30/10) , em Damasco, com o presidente sírio Bashar al-Assad, no âmbito de suas difíceis negociações para conseguir uma ampla participação em uma conferência de paz. Já os rebeldes anunciaram a retirada de 500 civis, principalmente mulheres, crianças e idosos, de um subúrbio da capital síria controlado por insurgentes e atacado pelo exército regular.

Brahimi, emissário especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, se reuniu com o presidente sírio por menos de uma hora e até o momento não foram divulgadas informações sobre o conteúdo desta reunião. O emissário internacional também se encontrou com o embaixador iraniano em Damasco, Mohamad Reza Sheibani, que declarou à imprensa que "apoia os esforços de Brahimi".

O diplomata argelino chegou na segunda-feira (28/10) à noite a Damasco para preparar uma conferência de paz que se espera que ocorra em Genebra no fim de novembro. O emissário internacional, atualmente em um giro pela região, retornou, assim, a Damasco pela primeira vez em seis meses. Sua ausência se devia a desavenças com Assad.

Segundo a agência Sana, Brahimi disse que havia voltado para preparar "uma conferência para o diálogo entre as partes sírias" e acrescentou que "os sírios são os únicos que devem decidir sobre o futuro da Síria". O emissário internacional destacou o caráter sírio da conferência, um dia após a publicação de uma entrevista no site de Jeune Afrique sobre a intenção de Assad de concorrer às eleições presidenciais de 2014.



"O que a história nos ensina é que, após uma crise como essa, não se pode recuar. O presidente Assad pode, portanto, contribuir para a transição entre a Síria de antes, que é a de seu pai (o presidente anterior, Hafez al-Assad) e a sua, que eu chamo de nova República da Síria", havia afirmado. Além disso, seu porta-voz afirmou que Brahimi "aprecia o papel do reino saudita para fazer o processo de paz avançar e espera que Riad participe da conferência de Genebra-2".

Na terça-feira (29/10), a imprensa libanesa havia indicado que Brahimi havia criticado "o papel (da Arábia) Saudita, que dificulta uma solução política". Após as declarações de Brahimi na terça-feira, a Coalizão Nacional da Oposição síria, que se negou a participar da conferência se a renúncia de Assad não for colocada sobre a mesa, insistiu que "o problema real é o regime de Assad e não pode formar parte da solução".

"O regime busca fazer o conflito perdurar (...) para manter indefinidamente (seu) poder", denunciou, pedindo que todas as partes, incluindo Brahimi, "pressionem o regime para obrigá-lo a aceitar as demandas do povo sírio". Em terra, "o Crescente Vermelho evacuou 500 civis de Moadamiyat al Sham", um subúrbio de Damasco, indicaram os rebeldes desta cidade. "Todas as partes - a Coalizão Nacional (opositora), o regime e a comunidade internacional - participaram" da operação, acrescentaram.

"A oposição aceitou relutantemente esta operação de evacuação, já que conhece os riscos que as pessoas evacuadas correm". "Os deslocados serão transferidos a acampamentos organizados pelo regime, de acordo com o Crescente Vermelho", acrescentaram os rebeldes.

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