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Um dos responsáveis pelo Holocausto é enterrado em cemitério judaico

Müller, que desapareceu ao final da Segunda Guerra Mundial sem deixar rastro, está enterrado em uma fossa comum do cemitério judaico de Berlim

Agência France-Presse
postado em 31/10/2013 10:54
Berlim - O ex-chefe da Gestapo Heinrich Müller, um dos principais responsáveis pelo Holocausto, foi enterrado em um cemitério judaico de Berlim em 1945, afirma o jornal alemão Bild, que cita documentos encontrados por um historiador. Müller, que desapareceu ao final da Segunda Guerra Mundial sem deixar rastro, está enterrado em uma fossa comum do cemitério judaico de Berlim, afirma no jornal o diretor do Memorial da Resistência Alemã, o professor Johannes Tuchel.

[SAIBAMAIS]"Müller não sobreviveu à guerra. Seu cuerpo foi enterrado em 1945 em uma fossa comum do cemitério judaico de Berlim-Mitte", afirma o jornal, com base em documentos de arquivo. A revelação, 68 anos depois do fim do regime nazista de Adolf Hitler, explicaria um dos grandes enigmas do pós-guerra. O serviço secreto alemão, o BND, afirmou que no verão de 1949, Müller estava em Karlovy Vary, na então Tchecoslováquia, segundo um documento obtido pelo Bild. "O serviço secreto errou completamente. Em agosto de 1945, um comando encontrou o corpo de Müller no túmulo provisório perto do antigo ministério da Aviação do Reich", afirma Tuchel.



"Vestia um uniforme de general. No bolso interno esquerdo estava sua folha de serviços com uma fotografia", completou. O Bild também publica um documento do governo do bairro de Mitte em Berlim que afirma que Müller foi sepultado em um cemitério judaico do bairro. O presidente do Conselho Central dos Judeus da Alemanha, Dieter Graumann, disse ter ficado consternado com a revelação. "Que um dos sádicos nazistas mais brutais esteja enterrado em um cemitério judaico é uma barbaridade de mau gosto. Pisoteia grosseiramente a memória das vítimas", protestou no jornal.

Heinrich Müller é uma das personalidades do Terceiro Reich que nunca foram capturadas. Participou na conferência de Wannsee em janeiro de 1942, que decidiu a "solução final", e foi chefe de Adolf Eichmann, responsável pela "logística" do extermínio dos judeus. Eichmann foi condenado a morte e executado em Israel em 1962.

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