Gaza - Quatro combatentes do Hamas morreram e cinco soldados ficaram feridos na noite de quinta-feira (31/10) na fronteira entre Gaza e Israel, no incidente mais grave em território palestino em um ano. Além disso, a central elétrica da Faixa de Gaza deixou de funcionar nesta sexta-feira (1;/11) depois de esgotar suas reservas de combustível, anunciou a Autoridade da Energia deste território palestino governado pelo movimento islamita Hamas. Segundo um correspondente, a maior parte da Faixa de Gaza não tinha energia elétrica na manhã desta sexta-feira.
Um comandante local das Brigadas Ezedin al-Qassam, Khaled Abu Bakr, e um líder do braço armado do Hamas, Rabieh Barikeh, morreram por um disparo de obus de um tanque, durante uma incursão do exército israelense no sul da Faixa de Gaza. Outros dois líderes das Brigadas Ezedin al-Qassa, Mohamed al-Qassas e Mohamed Daud, morreram quando um helicóptero abriu fogo na mesma região. Seus corpos foram encontrados mais tarde. Segundo fontes palestinas, os quatro combatentes realizavam uma operação de vigilância na zona fronteiriça entre o enclave palestino e Israel. O confronto durou 30 minutos, segundo testemunhas.
Em um comunicado, um porta-voz do Hamas (acrônimo em árabe do Movimento de Resistência Islâmica), Sami Abu Zuhri, homenageou os quatro heróis e afirmou que soldados israelenses morreram durante os confrontos. O Exército israelense informou, por sua vez, que cinco soldados ficaram feridos na explosão de uma mina. Segundo um comunicado do exército do Estado hebreu, o confronto começou após a explosão de um artefato quando as tropas israelenses inspecionavam um túnel entre a Faixa de Gaza e Israel, construído para lançar ataques contra o Estado hebreu. "A operação tinha por objetivo impedir futuros ataques terroristas utilizando este túnel", explicou o comunicado militar. "Durante a operação, o Hamas detonou um artefato explosivo que deixou cinco soldados feridos, que foram levados a um hospital. Os soldados responderam imediatamente e abriram fogo, atingindo diretamente um terrorista", afirma o comunicado.
O Hamas reivindica a utilização de túneis para lutar contra Israel, e alega que são utilizados para sequestrar soldados israelenses e trocá-los por presos palestinos. O porta-voz do exército israelense, Peter Lerner, disse que o túnel, "similar ao utilizado para sequestrar (o soldado franco-israelense) Gilad Shalit em 2006, foi construído com esse objetivo". O exército israelense também informou sobre um bombardeio aéreo contra "um segundo túnel terrorista" localizado no sul da Faixa de Gaza. Não há informações sobre nenhuma vítima palestina provocada por este ataque. Segundo a televisão do Hamas, três obuses foram lançados da Faixa de Gaza em direção a Israel, mas o exército hebreu só mencionou um, que caiu em um campo sem deixar vítimas.
Uma rede de televisão israelense afirmou que o Tsahal (Exército) mobilizou na manhã desta sexta-feira uma bateria de defesa antiaérea "Iron Dome" perto da fronteira com Gaza, mas a informação não foi confirmada.
Israel acusa o Hamas de ter violado um cessar-fogo decidido em novembro de 2012 após uma semana de confrontos sangrentos. Desde então, foram lançados foguetes contra o sul de Israel, na maioria dos casos reivindicados por grupos salafistas extremistas que questionam a autoridade do Hamas.