postado em 04/11/2013 17:42
Teerã - Os conservadores iranianos mobilizaram uma imensa multidão nesta segunda-feira (4/11), em ocasião do 34; aniversário da tomada da embaixada americana em Teerã, em sinal de descontentamento em relação à recente aproximação histórica com Washington.
Aos gritos de "Morte à América" e "Morte a Israel", milhares de iranianos atenderam ao apelo de grupos conservadores a desafiar os Estados Unidos e apoiar a "resistência" do Irã às sanções ocidentais.
Para os conservadores, trata-se da oportunidade de marcar terreno após a vitória em junho de Hassan Rohani, um moderado apoiado por reformistas.
Desde a sua eleição, o novo presidente tem mantido uma posição mais conciliadora com os ocidentais na crise nuclear, com o objetivo de permitir o fim das sanções que sufocam a economia do país.
As potências ocidentais e Israel suspeitam que o Irã tente produzir armas nucleares usando como pretexto um programa nuclear civil. Essa acusação é negada categoricamente por Teerã.
O presidente Rohani multiplicou as iniciativas para relançar as negociações nucleares com os países do Grupo 5%2b1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha).
Em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York, ele telefonou para o presidente Barack Obama, em um primeiro contato direto entre os líderes dos dois países desde a Revolução Islâmica de 1979.
Essa atitude foi criticada por algumas autoridades conservadoras iranianas, incluindo o Guia Supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, que considerou "desapropriadas" algumas ações de Rohani em Nova York.
As potências mundiais devem voltar a se reunir com os negociadores iranianos em Genebra nos dias 7 e 8 de novembro, depois de um encontro realizado no mês passado entre as duas partes, no qual o Irã apresentou uma nova proposta.
Apesar desses sinais de abertura, o aiatolá Khamenei advertiu no domingo os negociadores. "Nós não devemos confiar em um inimigo que nos sorri. Os americanos sorriem para nós e dizem que querem negociar, mas ao mesmo tempo, eles dizem que todas as opções estão sobre a mesa".
"Ninho de espiões"
As manifestações foram organizadas em várias cidades do país, segundo a televisão estatal. A mobilização foi maior do que nos anos anteriores em Teerã, observou um jornalista da AFP.
Várias personalidades conservadoras, incluindo o chefe do Bassidj (milícia islamita) Mohammad Reza Naghdi, assim como vice-presidentes e vários ministros do governo de Rohani, marcaram presença, segundo a imprensa.
Em meio à multidão, manifestantes queimaram bandeiras americanas e israelenses. Os manifestantes também exibiram maquetes das centrífugas usadas para o enriquecimento de urânio, em sinal da "resistência da nação às sanções", de acordo com um cartaz.
Para o ex-negociador nuclear e candidato à presidência em junho, Saeed Jalili, "o slogan ;morte à América; (entoado durante a cerimônia) não é dirigido ao povo americano, mas ao governo dos Estados Unidos que oprime outros povos".
"Nós dissemos ao mundo há 34 anos que a embaixada dos Estados Unidos era um local de espionagem e conspiração (...) hoje em dia, até mesmo amigos e aliados dos Estados Unidos chegaram à mesma conclusão", acrescentou em referência aos recentes escândalos de espionagem americana em todo o mundo.
Para ilustrar o escândalo, um cartaz intitulado "A traição de Satanás" mostrava a chanceler alemã, Angela Merkel, com um telefone celular, que a Agência de Segurança Nacional americana (NSA) é acusada de grampear.
Jalili, que havia sido criticado por sua recusa em fazer concessões como negociador nuclear, também reiterou seu apoio ao governo e à nova equipe de negociação para defender "os direitos do Irã frente à hostilidade dos inimigos".
Em 4 de novembro de 1979, uma multidão de estudantes islâmicos invadiu a embaixada americana e manteve 52 diplomatas como reféns por 444 dias para reivindicar o retorno ao Irã do xá, hospitalizado nos Estados Unidos, para que fosse julgado. Eles também queriam protestar contra a "interferência" americana nos assuntos internos iranianos.
O caso provocou a ruptura das relações diplomáticas entre os dois países. O local da antiga representação americana, rebatizada de "Ninho de Espiões", é agora um centro cultural dirigido pelo Basij, e abriga um museu dos "crimes" dos Estados Unidos contra o Irã .
Aos gritos de "Morte à América" e "Morte a Israel", milhares de iranianos atenderam ao apelo de grupos conservadores a desafiar os Estados Unidos e apoiar a "resistência" do Irã às sanções ocidentais.
Para os conservadores, trata-se da oportunidade de marcar terreno após a vitória em junho de Hassan Rohani, um moderado apoiado por reformistas.
Desde a sua eleição, o novo presidente tem mantido uma posição mais conciliadora com os ocidentais na crise nuclear, com o objetivo de permitir o fim das sanções que sufocam a economia do país.
As potências ocidentais e Israel suspeitam que o Irã tente produzir armas nucleares usando como pretexto um programa nuclear civil. Essa acusação é negada categoricamente por Teerã.
O presidente Rohani multiplicou as iniciativas para relançar as negociações nucleares com os países do Grupo 5%2b1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha).
Em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York, ele telefonou para o presidente Barack Obama, em um primeiro contato direto entre os líderes dos dois países desde a Revolução Islâmica de 1979.
Essa atitude foi criticada por algumas autoridades conservadoras iranianas, incluindo o Guia Supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, que considerou "desapropriadas" algumas ações de Rohani em Nova York.
As potências mundiais devem voltar a se reunir com os negociadores iranianos em Genebra nos dias 7 e 8 de novembro, depois de um encontro realizado no mês passado entre as duas partes, no qual o Irã apresentou uma nova proposta.
Apesar desses sinais de abertura, o aiatolá Khamenei advertiu no domingo os negociadores. "Nós não devemos confiar em um inimigo que nos sorri. Os americanos sorriem para nós e dizem que querem negociar, mas ao mesmo tempo, eles dizem que todas as opções estão sobre a mesa".
"Ninho de espiões"
As manifestações foram organizadas em várias cidades do país, segundo a televisão estatal. A mobilização foi maior do que nos anos anteriores em Teerã, observou um jornalista da AFP.
Várias personalidades conservadoras, incluindo o chefe do Bassidj (milícia islamita) Mohammad Reza Naghdi, assim como vice-presidentes e vários ministros do governo de Rohani, marcaram presença, segundo a imprensa.
Em meio à multidão, manifestantes queimaram bandeiras americanas e israelenses. Os manifestantes também exibiram maquetes das centrífugas usadas para o enriquecimento de urânio, em sinal da "resistência da nação às sanções", de acordo com um cartaz.
Para o ex-negociador nuclear e candidato à presidência em junho, Saeed Jalili, "o slogan ;morte à América; (entoado durante a cerimônia) não é dirigido ao povo americano, mas ao governo dos Estados Unidos que oprime outros povos".
"Nós dissemos ao mundo há 34 anos que a embaixada dos Estados Unidos era um local de espionagem e conspiração (...) hoje em dia, até mesmo amigos e aliados dos Estados Unidos chegaram à mesma conclusão", acrescentou em referência aos recentes escândalos de espionagem americana em todo o mundo.
Para ilustrar o escândalo, um cartaz intitulado "A traição de Satanás" mostrava a chanceler alemã, Angela Merkel, com um telefone celular, que a Agência de Segurança Nacional americana (NSA) é acusada de grampear.
Jalili, que havia sido criticado por sua recusa em fazer concessões como negociador nuclear, também reiterou seu apoio ao governo e à nova equipe de negociação para defender "os direitos do Irã frente à hostilidade dos inimigos".
Em 4 de novembro de 1979, uma multidão de estudantes islâmicos invadiu a embaixada americana e manteve 52 diplomatas como reféns por 444 dias para reivindicar o retorno ao Irã do xá, hospitalizado nos Estados Unidos, para que fosse julgado. Eles também queriam protestar contra a "interferência" americana nos assuntos internos iranianos.
O caso provocou a ruptura das relações diplomáticas entre os dois países. O local da antiga representação americana, rebatizada de "Ninho de Espiões", é agora um centro cultural dirigido pelo Basij, e abriga um museu dos "crimes" dos Estados Unidos contra o Irã .