Brahimi evitou enumerar os pontos de divergência que não permitiram um acordo, mas ressaltou que "a oposição síria está dividida e não está preparada". "A oposição é um dos problemas", declarou. "Deve haver duas delegações para a Síria em Genebra 2: o governo e a oposição", reiterou o diplomata argelino.
Apesar das grandes dificuldades, Brahimni disse ter "esperanças" de que uma data seja fixada "antes do final do ano" e anunciou que uma nova reunião foi agendada para 25 de novembro.
"Um trabalho intensivo foi feito e nós esperamos que a Conferência aconteça até o final do ano", declarou em uma coletiva de imprensa. Ele ressaltou que tinha pedido à oposição síria que "viesse com uma delegação de confiança".
"Os diferentes integrantes da oposição síria estão em contato uns com os outros. Essa é uma das coisas que eles têm que decidir", disse, referindo-se a sua participação e à escolha de uma delegação para esta conferência que visa encontrar uma saída política para o conflito.
"A conferência deve ser realizada sem precondições", insistiu o diplomata.
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Vários atores do conflito na Síria têm posições diametralmente opostas sobre o futuro do presidente sírio, Bashar al-Assad, aumentando com isso a pressão sobre Brahimi e as autoridades americanas e russas. O ministro sírio da Informação advertiu na segunda que Bashar al-Assad não irá a Genebra 2 "para entregar o poder", como exigem seus adversários.
O emir do Catar, xeque Tamim ben Hamad al-Thani, que apoia o levante contra Assad, disse nesta terça que não se pode impor ao povo sírio negociações "sem condições" e "sem um calendário preciso", como exige Moscou.
Brahimi se reuniu nesta terça de manhã em Genebra com os vice-ministros russos das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov e Guenady Gatilov, e com subsecretária de Estado adjunta americana, Wendy Sherman. A reunião deve ser ampliada posteriormente para os representantes de China, França e Grã-Bretanha, membros permanentes com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A ONU anunciou também que havia decidido convidar para esta reunião preparatória os países que fazem fronteira com a Síria: Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia, além de um delegado da ONU e de outro da Liga Árabe. Consultado a respeito de uma participação do Irã na conferência, Brahimi afirmou que "as negociações não terminaram". O conflito sírio deixou desde março de 2011 mais de 120.000 mortos, segundo organizações não-governamentais.